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Enviada em: 23/06/2019

Após o término da Segunda Guerra Mundial, diversos países apresentaram avanços científicos que otimizaram tratamentos medicinais e forneceram tecnologias ao setor agrícola. Nesse contexto, as melhorias nas condições de vida foram refletidas com o aumento da população idosa e tende a promover, gradualmente, uma inversão da pirâmide etária em várias nações. Entretanto, no cotidiano brasileiro esse cenário de envelhecimento populacional tornou-se um problema governamental, visto que – seja pela decadência do sistema de saúde, ora pelo individualismo de cidadãos mais jovens – o país exibe um despreparo para o crescimento dessa faixa etária e consolida uma estrutura social pouco acolhedora.     Em princípio, cabe analisar o precário sistema público de saúde que contrapõe o Estatuto do Idoso. Segundo o regulamento, é reservado ao idoso, com absoluta prioridade, o acolhimento preferencial em órgãos públicos e a garantia de acesso à rede de serviços hospitalares. Todavia, o atual sistema social de saúde não apresenta recursos suficientes para atender a população idosa, que segundo a Agência Brasil de Notícias, cresceu 18% em cinco anos e necessita cada vez mais de medicamentos, consultas e exames. Logo, vários cidadãos chegam na terceira idade com a saúde debilitada e sem infraestruturas qualificadas para auxiliá-los, o que expõe a desvalorização dessa faixa etária.   Ademais, além do sistema de saúde, o egoísmo de cidadãos mais jovens também corrobora na problemática e convém ser contestado sob a visão do sociólogo alemão Hans Jonas. Segundo o autor, o homem deve preocupar-se com os efeitos coletivos de suas ações e não apenas em consequências individuais. Analogamente, boa parte da população contradiz esse pensamento ao visar somente seu cotidiano individualista – o qual estaciona em vagas reservadas aos idosos, desrespeita filas preferenciais em bancos ou supermercados e não cede o assento em transportes públicos. Por consequência, tais atitudes prejudica os direitos garantidos aos mais velhos e consolida no Brasil uma sociedade ignorante e preconceituosa.   Diante disso, torna-se evidente que medidas devem ser tomadas. Para isso, as escolas, com apoio governamental, devem difundir esse assunto de maneira intensiva, de modo a usar documentários do cotidiano, em aulas especiais de Sociologia, que possam explicar aos alunos o papel relevante dos idosos no Brasil. Dessa forma, será possível desconstruir o individualismo popular e aumentar a inclusão social da terceira idade. Além disso, o governo, por meio de verbas públicas, deve investir no serviço social de saúde e no fortalecimento do Estatuto do Idoso, a fim de assegurar assistência médica de qualidade e garantir que os benefícios pós Segunda Guerra Mundial não sejam um desafio ao país.