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Enviada em: 22/06/2019

Sob a perspectiva filosófica de Aristóteles, a política deve ser usada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Todavia, percebe-se que, no Brasil, a população idosa compõe um grupo altamente desfavorecido tendo em vista as falhas na política de acolhimento e na prática do respeito no âmbito coletivo. Dessa maneira, faz-se necessário desconstruir esses entraves a fim de efetivar, de fato, os direitos da terceira idade no Brasil.        Em primeira análise, o Estatuto do idoso assegura direitos a essa parcela da população, entretanto o poder Executivo não efetiva esses benefícios. À vista disso, é dever do Estado garantir políticas públicas à terceira idade, como bem estar físico e psicológico, suporte financeiro, saúde e segurança. No entanto, apenas 4,6% dessa população possui boas condições de vida de acordo com um estudo do ''Serasa Experian'', e esta, por sua vez, é alcançada mediante investimentos particulares, o que indica que o país não tem oferecido o mínimo de recursos necessários. Assim, esse cenário vai de encontro ao ideal aristotélico, inviabilizando a implementação de uma qualidade de vida efetiva para esses indivíduos.        Além disso, outra dificuldade enfrentada pelos idosos se dá pela falta de apoio no âmbito familiar. Nessa perspectiva, a família tem se distanciado gradualmente dos seus deveres, uma vez que, segundo dados de um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), um idoso é agredido a cada dez minutos no Brasil, e em 70% dos casos, o agressor é o próprio filho. De fato, tal condição de vulnerabilidade na qual a população idosa se encontra evidencia que a valorização e o respeito são pilares primordiais na construção de uma sociedade em equilíbrio.        Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar esse problema. Para tanto, urge que que o Estado, em primeiro lugar, administre adequadamente as políticas públicas (saúde,moradia e segurança), que devem ser fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público e Estatuto do Idoso, a fim de superar o déficit da previdência, a falta de qualificação profissional e oferecer atendimento humanizado à população idosa. Somado a isso, a educação deve ser instrumento de conscientização e mudança de comportamento, a partir das instituições de ensino, via palestras e debates, com o objetivo de possibilitar enxergar o atual jovem como um potencial idoso. Dessa forma, tornar-se-á possível reconhecer e valorizar o aporte que a pessoa idosa teve e ainda pode ter na sociedade.