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Enviada em: 23/06/2019

Nas últimas décadas, o Brasil tem apresentado uma mudança em seu perfil demográfico devido ao processo de urbanização, no qual se facilitou o acesso à saúde e ao saneamento básico, e também aos avanços tecnológicos, que revolucionaram o tratamento das doenças. Tal conjunto de fatores foi fundamental para aumentar a expectativa de vida dos brasileiros. No entanto, essa transição demográfica acarreta impactos como o déficit previdenciário e a necessidade de preocupação quanto à qualidade de vida dos idosos, demandando projetos sociais e soluções para questões econômicas advindas dessa transformação.       A princípio, é preciso analisar o impacto econômico do aumento da terceira idade, o qual gera um déficit para os cofres públicos. Sob essa ótica, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 45,5 anos em 1940, a expectativa de vida subiu para 75,5 anos em 2015. Esse dado revela uma diminuição da população economicamente ativa, visto que os mais velhos não fazem mais parte do mercado de trabalho. Consequentemente, há um desequilíbrio econômico, pois aumentam-se as despesas com benefícios, enquanto a arrecadação permanece a mesma. Logo, é preciso que o governo promova uma reforma previdenciária que supra essa necessidade.       Somado a isso, deve existir, por parte do Estado, uma preocupação no que tange à qualidade de vida dessas pessoas. Nesse sentido, é preciso que exista uma eficiente distribuição de remédios, equipes especializadas em atividades físicas para os idosos, em prevenção ao sedentarismo, e postos de saúde disponíveis para atender suas ocorrências, pois eles continuam sendo cidadãos e pertencentes ao Estado democrático de direito. Dentro dessa perspectiva, a filósofa Marilena Chauí afirmou que democracia pressupõe liberdade, participação e igualdade de todos em qualquer esfera social, desse modo, para continuar sendo um país democrático de fato, os idosos precisam ter todos seus direitos assegurados e serem vistos como iguais na coletividade.       Fica claro, portanto, que o envelhecimento da população gera impactos ao Brasil. Para minimizá-los, cabe ao Legislativo, em parceria com a sociedade civil, fazer uma reforma na previdência. Isso pode ser feito por meio de audiências coletivas, nas quais os cidadãos colocarão suas opiniões e sugestões, a fim de melhorar o déficit econômico. Ademais, a Secretaria de Assistência Social deve criar projetos, mediante aulas de atividade física com profissionais preparados, psicólogos que façam atividades mentais como jogos de raciocínio, e o abastecimento, nos postos de saúde, dos principais remédios utilizados pelos idosos, rumo à melhoria da qualidade de vida deles. Assim, envelhecer com dignidade será possível a todos os brasileiros.