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Enviada em: 25/06/2019

A campanha da vacinação obrigatória, no início da República brasileira, foi aplicada de forma autoritária e violenta, com ações invasivas de saneamento básico e reurbanização do Rio de Janeiro. Ocorreu, dessa maneira, uma revolta popular contra a prevenção de doenças como a febre amarela e a varíola. Do passado à contemporaneidade, métodos mais translúcidos de melhoramento da qualidade de vida da população proporcionaram, ao longo dos anos, o aumento da expectativa de vida e, também, desequilíbrio no suporte populacional.   Até a década de 1980, a população brasileira possuía o aspecto de uma pirâmide: muito mais jovens do que idosos - esse quadro se fazia natural, pois muitos medicamentos não haviam sido formulados e questões sanitárias não era tão comumente abordadas. Posteriormente à isso, novas tecnologias proporcionaram e elucidaram muitas questões sobre a melhoria de vida da população e, assim, um envelhecimento mais duradouro. Nessa ótica, o aumento da população idosa transforma as relações sociais, pois demanda, de certa maneira, cuidados particulares, medicina ocupacional e meios de integração para com a sociedade de modo geral. O espaço urbano, por exemplo, deve se adaptar ao estilo de vida do idoso, abrigando calçadas largas e sinalizadas, estacionamentos exclusivo à essa parcela da população e entretenimento que alcance a integração de todos os públicos, inclusive o longevo.   Diante dessas constatações, os impactos do envelhecimento não só modificam o espaço físico como, também, alteram as relações sociais e econômicas. Segundo pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população brasileira em 2060 terá mais idosos que jovens - isso indica que a perspectiva de marginalizar o idoso, com preconceito e desmerecimento, além de desumano será, inclusive, desproporcional. Esse quadro alerta, de certa forma, para a relação entre a população economicamente ativa (PEA) e a inativa, porque, para que haja o suporte adequado para toda a sociedade, a previdência social deve manter todos os necessitados e aposentados.   Por conseguinte, o envelhecimento prolongado e aumentado dos brasileiros exige medidas para o equilíbrio e suporte da população. Para isso, medidas de inclusão do idoso na sociedade são necessárias, pois promovem a adesão e o comprometimento por parte de gerações mais novas. Por meio de investimentos público, o bem estar social deve ser priorizado, com o suporte médico adequado para não só tratamentos de doenças como, também, terapia ocupacional. Essas ações devem ocorrer em lugares específicos, de preferencialmente não em ambiente hospitalar, para aumentar a autoestima do idoso e, consequentemente, sua saúde e longevidade.