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Enviada em: 07/07/2019

De acordo com o escritor francês, Victor Hugo, no século XIX, quarenta anos é velhice para a juventude, e cinquenta anos é juventude para a velhice. Hodiernamente, no Brasil, esse pensamento continua se fortalecendo, visto que a expectativa de vida aumentou, mas a falta de cuidados com a qualidade de vida é um perigo para esse aumento. Nessa perspectiva, cabe analisar os impactos que o crescimento da longevidade pode causar.    Em primeiro lugar, é importante destacar que a negligência governamental é a principal responsável pelos impactos negativos causados devido ao envelhecimento da população. Isso acontece porque os investimentos em políticas públicas que promovem a saúde e o bem-estar social são escassos, causando a falta de protagonismo dos idosos no ambiente de trabalho, na mobilidade urbana e na prática de atividades físicas. Por consequência disso, conforme defende o sociólogo francês Pierre Bourdieu,  as estruturas sociais são incorporadas durante o processo de socialização, fazendo com que a exclusão dos idosos, nos ambientes citados, sejam naturalizadas pela sociedade.    Atrelada à negligência governamental, a falta de aceitação de envelhecimento dos próprios idosos, também refletem de maneira negativa, pois tendem a postergar os cuidados com o corpo, em consequência disso, tendem a ficar vulneráveis à doenças, como osteoporose, diabetes e hipertensão arterial. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, isso ocorre porque, na pós-modernidade, o homem vive numa sociedade hiperveloz e sem pensar a longo prazo. Por outro lado, o aumento das doenças mencionadas beneficiam a indústria farmacêutica e serviços de saúde.    É evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para atenuar os impactos negativos. Logo, o Governo Federal, aliado ao Ministério da Saúde, deve promover, por meio de verbas direcionadas à políticas públicas, o acesso a hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos e alimentação saudável, a fim de aumentar a produtividade dos idosos no ambiente de trabalho e social, prevenindo doenças. Dessa forma, será possível romper as estruturas sociais que excluem os idosos, herdadas das gerações passadas, assim como defende o sociólogo Pierre Bourdieu.