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Enviada em: 28/06/2019

Saúde e inclusão        Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de idosos no Brasil vai dobrar até 2042, e, sabe-se que, pelo Estatuto do Idoso, o Estado tem o dever de garantir o bem-estar dessas pessoas. Esse cenário, no entanto, causa preocupação, visto que o país passa por uma crise econômica, e, assim, os investimentos em saúde, fundamentais à terceira idade, estão em baixa. Além disso, a inclusão social dessa faixa etária da população torna-se um grande desafio, pois o modelo de sociedade contemporâneo é competitivo e individualista.        As dificuldades financeiras vividas pela nação brasileira nos últimos anos levaram o governo a tomar medidas de austeridade. Instituiu-se no país a PEC 55, que congelou os investimentos em saúde durante 20 anos. Um relatório do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, mostra que o setor sofrerá uma perda de 700 bilhões de reais. Assim, o Sistema Único de Saúde (SUS), que, de acordo com o Ministério da Saúde, é o único meio de atendimento para 75% dos idosos, não suprirá o envelhecimento da população e entrará em colapso.        E, apesar da demanda por saúde na terceira idade já ser muito alta, ela poderá aumentar ainda mais se o comportamento dos mais jovens não for mudado. O sociólogo Durkheim, a partir do seu conceito de sociedade orgânica, diz que, com a ascensão do capitalismo, as pessoas passaram a se relacionar umas com as outras por aquilo que cada uma tem a oferecer, principalmente em termos econômicos. Portanto, os idosos, frente a esse individualismo exacerbado, tornam-se alvo de exclusão e indiferença, uma vez que necessitam de muita atenção e cuidado. Consequentemente, esses indivíduos se sentem cada vez mais solitários e desamparados, e ficam propensos a desenvolverem depressão e outras doenças que prejudicam, e muito, sua qualidade de vida.        Destarte, torna-se imprescindível uma reforma tributária no Brasil, para que o sistema fiscal seja mais justo e gere maior arrecadação. Segundo o Instituto de Justiça Fiscal (IJF), ao tornar a alíquota variável de acordo com a renda do indivíduo, seria possível arrecadar 80 bilhões de reais por ano, 1,6 trilhão em 20 anos. Com essa quantia, o governo deve direcionar investimentos ao SUS, com o intuito de melhorar a sua infraestrutura, por meio da criação de centros especiais de atendimento aos idosos, para que o envelhecimento da população não se torne um problema de saúde pública. Ao mesmo tempo, o Ministério da Educação deve criar uma cartilha nacional de inclusão do idoso, que direcione as escolas a realizarem palestras, debates e visitas a asilos, de modo a difundir a importância e a valorização da terceira idade aos jovens brasileiros.