Materiais:
Enviada em: 09/07/2019

§ O rápido avanço tecnológico e informacional permitiu que a medicina desenvolvesse técnicas eficazes para o tratamento e prevenção de doenças potencialmente fatais, proporcionando aumento na expectativa de vida dos indivíduos e, consequentemente, o crescimento da população idosa no Brasil. O aumento do número de pessoas acima de 65 anos impacta diretamente no sistema previdenciário, visto que estas não participam da População Economicamente Ativa (PEA), e o número de jovens  ativos no mercado de trabalho tende a diminuir nos próximos anos, de modo a não ocorrer equilíbrio entre o número de contribuintes e o número de beneficiários, suscitando em déficit no sistema de arrecadação - fato que prejudica diretamente a economia. § Em primeiro plano, o sistema previdenciário já se mostra falho quando o Governo Federal desembolsa 700 bilhões de reais para arcar com as aposentadorias em 2019, e arrecada apenas 459 bilhões de reais em impostos previdenciários (déficit de 290 bilhões de reais). A PEA paga o benefício dos idosos e se a população tende a envelhecer, não há possibilidade dos futuros jovens trabalhadores arcarem com essa dívida a partir de 2060, considerado que 25,5% da população terá mais de 65 anos  e, hoje (já ocorrendo déficit), essa parcela representa 9,2% (de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística - IBGE). § De outra parte, a inserção da mulher no mercado de trabalho e o fácil acesso a métodos contraceptivos eficazes diminuiu consideravelmente a taxa de natalidade e fecundidade do país: elas decidem quando e quantos filhos terão, de modo a dedicar mais tempo à carreira e formação acadêmica (o que até o século passado não se mostrava prioridade entre o público feminino). Destarte, a queda do número de nascimentos a longo prazo prejudica a economia, visto que em 40 anos o IBGE calcula que 1/4 da população estará na terceira idade e 67,2% estará em razão de dependência (número de dependentes em relação à adultos capazes de sustentá-los).  § Infere-se, portanto, que a melhor forma de driblar o déficit previdenciário brasileiro é o Congresso Nacional aprovar uma reforma no sistema de previdência, prevendo reajuste da idade mínima e tempo de contribuição dos que já estão inseridos e ingressantes no mercado de trabalho, além de ajustar proporcionalmente o salário e valor contribuído enquanto ativo, de modo a regularizar a arrecadação e suavizar o déficit atual. Além disso, incentivar casais jovens a optar por mais de um filho colabora para a manutenção da PEA brasileira, mantendo boa fluidez da economia e competitividade do mercado de prestação de serviços.