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Enviada em: 05/08/2019

"Guerra improvável, paz impossível", Raymond Aaron disse e resumiu a Guerra Fria. Porém, em um contexto sócio-histórico onde o Brasil vem deixando de ser um país jovem no qual o subdesenvolvimento garantia uma nação nova, é evidente que o sociólogo francês resumiu também a questão dos impactos do envelhecimento na população brasileira. Isso, entretanto, levanta o seguinte questionamento: como o Brasil, um país subdesenvolvido com taxas de gravidez precoce tão altas, pode passar pelos mesmos problemas que países desenvolvidos?  Com base em dados da Organização Mundial da Saúde(OMS), ainda que o país seja subdesenvolvido e que tenha um alto percentual de gestações precoces, as taxas de natalidade não crescem mais como nos 60 e 70 e, todavia, o percentual de mortalidade cai cada vez mais. Por conseguinte, o país não se preparou para o envelhecimento da população por julgar que as consequências do desenvolvimento tardariam a chegar.  Nessa perspectiva, é importante ressaltar que o Estado falha com a sociedade como um todo ao ignorar os impactos que o envelhecimento causa no sistema de saúde, na previdência e até mesmo nos transportes públicos. Paralelamente, contribuintes de uma vida inteira precisam lidar na fase mais frágil de suas vidas com um país que não pensou na qualidade de vida dos seus idosos.    Dessa forma, a paz continuará impossível enquanto o Estado, como detentor do poder federal, não se responsabilizar pela qualidade de vida dos seus idosos. É preciso, portanto, que o governo crie um programa em que o executivo possa dialogar diretamente com os idosos e suas necessidades, promovendo assim uma melhoria na qualidade de vida dos idosos com base em suas reivindicações ao programa. Ademais, o governo deve conscientizar a própria sociedade sobre os impactos do envelhecimento na população brasileira, sendo só assim que a paz será possível.