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Enviada em: 04/08/2019

O consagrado menestrel "Um dia você aprende...", do ilustre dramaturgo inglês William Shakespeare, retrata a valorização mais pura e simples da experiência, ou seja, o quanto o tempo é importante para o aprimoramento do que, de fato, é essencial à vida. Em contrapartida, em um país marcado pelas péssimas gestões governamentais, tanto administrativa quanto econômico, o envelhecimento da população é interpretado com descaso, encarando, infelizmente, a longevidade do povo brasileiro como problemática social. Com isso, criar complicações sobre a previdência, além de significar incompetência dos representantes políticos, já que a verba desse fundo é paga pelos próprios cidadãos, representa um desrespeito aos direitos da população, como a vida e a dignidade. Assim, tal como ocorre no livro "O Retrato de Dorian Gray", do escritor Oscar Wilde, os reais culpados do envelhecimento da população estar gerando complicações econômicas estão se escondendo atrás de um "rostinho bonito", deixando que a sociedade leve a culpa de suas ações "diabólicas", que seriam os casos de corrupção e más gestões públicas. Ademais, não é a toa que as origens da filosofia política tendem a afirmar que um sábio deve governar, ou como retrata Platão, um "filósofo", isto é, alguém capaz de interpretar com clareza a realidade, não se deixando levar pelas "sombras da caverna". Dessa maneira, a diminuição de pessoas ativas no mercado de trabalho por causa do envelhecimento não é um problema, mas sim e somente um fato. Logo, é inaceitável a ingenuidade dos governantes em não estarem preparados para arcar com as consequências e até criar estratégias para usar a experiência dessas pessoas a favor da Nação, como ocorre em países asiáticos, onde os mais velhos opinam sobre educação, economia e segurança pública. Portanto, é indiscutível que a ascendência da terceira idade represente, não um arrocho salarial para o Estado, mas sim sinais de melhoria nas condições sócio-econômicas do Brasil, país esse que eles próprios ajudaram a construir. Assim, com o intuito de tirar o caráter de prejudicial que não cabe ao envelhecimento, é certo que o Ministério da Fazenda deva tratar a previdência como um fundo financeiro e não, erroneamente, como uma conta corrente.