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Enviada em: 30/07/2019

Na era dos aplicativos de celular, o "FaceApp" é capaz de envelhecer qualquer pele abarrotada de colágeno e sacia a curiosidade a respeito desse inexorável processo. Na verdade, tal recurso digital é um reflexo do que vem ocorrendo com a população brasileira em vista de variadas transformações socioespaciais. Entretanto, a parcela idosa carrega demandas nem sempre atendidas pelo Estado Brasileiro, o que eleva a importância de uma discussão analítica a fim da reversão desse quadro.       Em primeiro plano, é preciso pontuar que as consequências ocasionadas pela urbanização influíram no envelhecimento da sociedade tupiniquim. Sob esse aspecto, vale ressaltar que a transição da vida rural para as cidades permitiu a diversificação do papel da mulher, cuja entrada no mercado de trabalho associada ao maior tempo de estudo e obtenção de cuidados salutares retarda a gravidez. Assim, a taxa de fecundidade vem decrescendo desde a década de 1960 e encontra-se em 1,7 filhos por mulher, segundo o último relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). É possível perceber, então, que a ascensão feminina ajuda na compreensão da mudança na pirâmide etária do Brasil, cuja base está mais estreita.     Por outro lado, o topo dessa pirâmide está mais largo em razão dos avanços médicos, a despeito das desigualdades na sua oferta. Nesse sentido, destacam-se o desenvolvimento de vacinas, fármacos e tratamentos promissores ao longo das últimas décadas, o que possibilitou o aumento da expectativa de vida. Entretanto, as discrepâncias sociais e econômicas entre as regiões brasileiras podem ser percebidas por intermédio desse fator; enquanto o povo da porção Sul alcança, em média, 78 anos, o da Norte chega aos 72, conforme os dados de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessa forma, fica evidente que os serviços de saúde, bem como as informações relativas à prevenção de doenças, não são difundidados de modo equânime por todo o território, sobretudo no que tange aos cuidados específicos da fase senil.     Portanto, o envelhecimento da população deste país é uma realidade cuja sedimentação iniciou-se no século XX, mas que sofre com a ausência de um plano de sustentação. Dessa maneira, cabe ao Ministério da Saúde criar políticas públicas voltadas aos pacientes da terceira idade, como a contratação de médicos geriatras por meio de concursos para que estes atendam em postos de saúde, inclusive emergenciais. Ademais, essa mesma pasta governamental deve promover o bem-estar fisico e mental dos idosos a partir de educadores físicos que deem aulas ao ar livre, visando ao fortalecimento muscular, coordenação motora e memorização. Assim, os brasileiros envelhecerão de maneira saudável e sem medo de enfrentar o "peso" da idade.