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Enviada em: 12/07/2019

O aumento do número de idosos na população brasileira tem preocupado os economistas do país que veem problemas de grande complexidade a serem solucionados com os crescentes gastos previdenciários e o aumento de demanda na área de saúde sem que haja uma contrapartida financeira por parte da população economicamente ativa, com idade entre 15 a 64 anos. Essa preocupação é plenamente justificada na medida em que as causas desse fenômeno se perpetuam com a diminuição dos níveis de fertilidade da população e do aumento da expectativa de vida. O primeiro decorre do estilo de vida moderno onde as mulheres trabalham mais e optam por ter menos filhos- quando os têm -priorizando menos membros familiares e seus custos extras, oriundos da maternidade. Já a longevidade aumentada é consequência dos avanços dos cuidados com a saúde, fazendo com que haja um aumento gradativo na expectativa de vida. Como consequência , a população economicamente ativa - dos 15 aos 64 anos- não tem sido suficiente para suportar as necessidades financeiras geradas pela inativa economicamente, composta de crianças e idosos, tanto quanto a demanda de recursos para manutenção da saúde , aumento no consumo de fármacos e suas matérias primas, quanto da manutenção da previdência decorrente da longevidade. Análises a esse respeito são feitas por diversos países através das pirâmides etárias a fim de melhor avaliar os impactos nas alterações do perfil populacional. Alguns, em função disso, conseguiram se aproveitar do bônus demográfico - período em que a pirâmide etária demonstrava número maior de ativos em relação aos inativos- para crescer, como foi o caso da China, Japão, Coreia do Sul e Cingapura, o que não foi o caso do Brasil que teve fechamento desse período em 2018, perdendo a chance de crescimento e restando os problemas a serem solucionados como a Reforma da Previdência, em caráter emergencial, a fim de minimizar os efeitos da inversão da pirâmide etária, aumentando o período de contribuição e, consequentemente, a faixa etária em que a população permanece ativa. Além da Reforma da Previdência, a fim de superar a perda do crescimento durante a fase do bônus demográfico, outras medidas são necessárias apesar da defasagem população ativa e provedora versus população inativa e dependente como o incentivo à manutenção de idosos no quadro de funcionários das empresas por prazo maior que o atual, retardando a aposentadoria; mudança automática na classificação da faixa etária considerada idosa, assim que houver aumento da expectativa de vida; incentivo à manutenção da taxa de natalidade com melhorias na oferta de creches para que as mães possam continuar a trabalhar mesmo com filhos pequenos para que não ocorra queda na renda familiar. Mesmo em longo prazo, tais alterações tendem a equilibrar a pirâmide etária e minimizar os impactos dessa inversão