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Enviada em: 25/07/2019

Em uma sociedade capitalista, cada vez mais autocentrada, rapidez e praticidade são sinônimos de modernidade e de lucro. É nesse cenário que os idosos - por geralmente apresentarem limitações físicas e psicológicas - passam a ser desvalorizados, sendo assim, alijados de alguns processos sociais e econômicos.     A priori, o avanço da medicina contribuiu com a redução das taxas de mortalidade e o aumento da expectativa de vida. No entanto, longevidade e boa qualidade de vida são por vezes, processos antagônicos. Enquanto estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), preveem que em 2030 o país será a quinta maior população em idosos no mundo,  a dramática situação a que muitos desses são expostos gera apreensão. Com a dinâmica atual, a falta de tempo torna o "ato de cuidar" uma tarefa árdua para os familiares, que é ainda mais reforçada com o individualismo moderno. Além disso, o analfabetismo digital compromete a integração dos idosos em sociedade. Isso tem como resultado o isolamento e o aumento de transtornos mentais como a depressão,por exemplo.     Outrossim, é notório que a maioria das empresas resiste em contratar profissionais com mais de 40 anos. Em recente pesquisa o site vaga.com , apontou que 62,2% preconizam a contratação de jovens. O perfil conservador e pouco inovação técnica são apontados como motivos para esse déficit. Nesse sentido, profissionais com ampla experiência se veem descartados do mercado de trabalho, o que reforça o sentimento de  inutilidade e dificulta a integração social. Ademais, com o aumento da longevidade, entende-se que haverá acréscimos nos gastos com saúde pública e previdência, entretanto, a  População  Economicamente Ativa (PEA), não conseguirá arcar com essa demanda,o que reforça  a necessidade de planejamento e de medidas sustentáveis.     Logo, infere-se que é preciso estabelecer diretrizes sobre os impactos do envelhecimento populacional no Brasil. É imprescindível que ações do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS ) ,priorizem a integração do idoso em sociedade, bem como  a promoção de sua saúde, através do desenvolvimento de atividades sociais realizadas em comunidades com  o apoio das prefeituras locais  e do Centro de Referência de Assistência Social  (CRAS). Dessa forma, o lazer, a comunicação e  a dança podem ser importantes ferramentas no desenvolvimento do afeto mútuo e de trocas sociais importantes. Além disso, é imperioso que o Ministério do Trabalho destine cotas  a pessoas idosas com capacidade de exercício laboral por meio de parcerias público-privadas, contemplando sobretudo os que apresentam maior vulnerabilidade social.