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Enviada em: 12/07/2019

No filme “O curioso caso de Benjamin Button” o ator americano Brad Pitt interpreta um homem que nasce idoso e rejuvenesce com o passar dos anos. Na trama é possível perceber que a regressão da idade modifica não somente o estilo de vida do protagonista, mas também reduz suas necessidades médicas. A ficção, no entanto, mostra-se antagônica à realidade atual. No Brasil, o envelhecimento da população se tornou um problema substancial, uma vez que gera consequências irreversíveis. Nesse sentido, a precariedade dos serviços oferecidos aos idosos e os impactos gerados para o setor econômico são fatores determinantes no que se refere ao agravamento da problemática.        Em uma primeira análise, é preciso considerar que o descaso da família e a escassez dos serviços de saúde estão diretamente relacionados à concepção de uma má qualidade de vida da terceira idade. A população idosa é frequentemente portadora de doenças crônicas que exigem cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos. Assim, o crescimento do número de idosos promove o aumento da demanda pelos serviços de saúde, além da elevação de seus custos. Nesse sentido, percebe-se que a transformação drástica na estrutura etária brasileira gera grandes dificuldades ao Estado para lidar com o novo perfil epidemiológico, o que culmina, de forma inevitável, no descumprimento do Estatuto do Idoso.        Ademais, torna-se imprescindível analisar o problema sob um viés econômico. O envelhecimento da população brasileira diminui os números da PEA (população economicamente ativa), o que afeta diversos setores financeiros da sociedade. Não obstante, o quadro reduz o número de tributários do sistema previdenciário. Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que em aproximadamente 30 anos, haverá mais beneficiários do que contribuintes para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dessa forma, percebe-se o aumento da população idosa irá acarretar a redução da arrecadação previdenciária, o que interfere prontamente na economia do país.       Portanto, é mister que o governo tome providências para amenizar o quadro atual. Na busca pela garantia dos direitos dos idosos, urge que o Poder Judiciário institua, por meio de novas legislações e com fundos governamentais, metas para um maior desenvolvimento de lares para aposentados pelo território brasileiro, com a devida assistência a eles. Assim, a renda previdenciária individual seria utilizada para financiar a estadia nesses espaços. Somado a isto, cabe ao Ministério da Educação e da Cultura a criação de políticas públicas com o objetivo de incentivar o aumento da taxa de natalidade e, assim, ampliar os números da PEA. Destarte, a população idosa aproximar-se-á cada vez mais da realidade vivida por Benjamin Button e o Brasil poderá avançar rumo à ordem e ao progresso.