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Enviada em: 28/07/2019

No livro: "A velhice" de Simone de Beavoir, reflete-se sobre a percepção da sociedade diante dos idosos e propõe a desmistificação de análises hipócritas que atestam a velhice como o prazo de invalidade da vida. Assim como a obra da autora francesa se mobiliza para problematizar e desconstruir paradigmas sobre o tema, nota-se a importância de discutir sobre o processo de envelhecimento da população brasileira. Nessa perspectiva, convém falar sobre os possíveis danos causados por tal intermediação, como o adiamento do direito à aposentadoria dos idosos devido à necessidade de fazer a reforma previdenciária e a deficiência do sistema público de saúde, insuficiente para atender essa nova demanda.                  Em primeiro lugar, percebe-se que a longa expectativa de vida  provocará reformas políticas questionáveis. De acordo com o Estatuto do Idoso, é dever da sociedade assegura aos idosos, com absoluta prioridade, a efetivação à vida, saúde, alimentação, educação, cultura e outras atividades. Diante disso, a crescente expectativa de vida, deve garantir que as mudanças na pirâmide etária se equiparem aos direitos conquistados por quem já tanto fez e ainda faz pela nação. Entretanto,a reforma previdenciária como alternativa aumenta os anos de contribuição do trabalhador e adia a aposentadoria dos mesmos. Logo, a proposta pode agradar alguns e outros não, mas a problemática deve ser revista com o objetivo de beneficiar todos os envolvidos.                  Ademais,  percebe-se  a debilidade  do sistema de saúde pública, como uma das causas para falta de assistência ao idoso. Certamente,  esse setor tem enfrentado uma série de desafios causados pelo mau gerenciamento e a falta de investimento financeiro. Como consequência, ocorre um colapso no serviço que lhe torna insuficiente e de baixa qualidade. Assim, sem atendimento especializado, tratamento ou disponibilização de medicamentos para a população, inclusive para os idosos. De acordo com o Conselho Federal de Medicina, cerca de 89% da população brasileira classifica a saúde pública ou privada como ruim.                    Portanto, é importante que mudanças sejam tomadas em frente ao novo quadro da pirâmide etária brasileira. Desse modo, cabe ao Ministério da Saúde, juntamente com a Secretaria de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa,  investir na área de geriatra do país e desenvolver a infraestrutura dos hospitais e o suporte médico do país. Diante do exposto, é  necessário integrar novos profissionais à programas, como o "saúde da família", objetivando o íntegro acompanhamento do envelhecimento da população. Afinal, como defendia Simone de Beavouir, é imprescindível que a sociedade apoie a velhice e não lhe veja como o fracasso da civilização, mas como mais uma fase da vida.