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Enviada em: 15/07/2019

Senilidade: destino partilhado    Até meados do século XVIII, a expectativa media de vida do brasileiro era de trinta anos. Contudo, com o advento das revoluções industriais e, especialmente a revolução verde de 1960, as perspectivas de vida cresceram em consonância aos avanços da medicina e a oferta de alimentos, impelindo profundas transformações na pirâmide etária assim como nas demandas da população em envelhecimento.   Primeiramente, é valido ressaltar o "êxito" das sociedades capitalistas em gestar indivíduos substancialmente egoístas. Acerca disso, a filosofa Simone De Beauvior, em seu livro "Velhice", alertava para o fato de que as pessoas viam umas as outras como meios para realização individual. Como consequência, nesse ínterim, o idoso passa a ser percebido como obstáculo na concretização de tais realizações, acarretando em sua exclusão social, cada vez mais naturalizada pela coletividade.   Além disso, não obstante o desamparo emocional, os mais velhos estão sujeitos a vulnerabilidade quanto as condições materiais de vida. Relativo a isso é importante pontuar os problemas causados pela insegurança previdenciária no Brasil. Ainda que direito pétreo, sua prerrogativa não significa, necessariamente, garantia da manutenção digna da vida, já que os valores pagos estão bem aquém do ideal, não condizendo com as despesas dos aposentados.    Dessarte, os fatos acima desvelam a urgência acerca do envelhecimento da população brasileira. Primeiro, cabe ao parlamento brasileiro promover uma reforma da previdência, visando mitigar as desigualdades que atingem os idosos no brasil, de maneira que ela assegure uma maior qualidade de vida dos beneficiários. Para além disso, cabe ao Supremo Tribunal Federal e suas instâncias a fiscalização acerca do cumprimento do estatuto do idoso, salvaguardando os direitos fundamentais assegurados por ele, assim, há que se sonhar com uma sociedade equânime e inclusiva também para aqueles que ajudaram a construí-la.