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Enviada em: 16/07/2019

Gandhi. Mandela. Mujica. Ao longo dos séculos, muitos idosos, segundo a classificação por idade da OMS, foram capazes de interferir na cultura de suas nações e, de alguma forma, mudar os rumos da história. Por mais que grandes nomes representem a capacidade de transformação e participação social independentemente da idade cronológica, o processo biológico do envelhecimento ainda carrega estigmas, subjugando o idoso à condição inútil. O que motiva a persistência desse preconceito no processo da inversão da pirâmide etária? Quais os desafios político-econômicos enfrentados pelo Brasil nessa transição? Para entender as demandas ocasionadas pelo envelhecimento é preciso seu debate.   Analisa-se, de início, que um dos fatores primordiais no que tange a problemática do envelhecimento populacional residem no preconceito enraizado da sociedade, em vista disso, muitas empresas e afins não contratam idosos para exercerem algum ofício. É notório que a população idosa vem crescendo rapidamente e tal fato acarreta em diversos problemas tanto sociais como econômicos, pois muitas pessoas quando chegam na vida idosa são afastadas ou demitidas, e substituídos por pessoas mais novas. Dessa maneira, ao invés de permanecerem contribuindo, são "obrigados" a deixarem seus ofícios e viverem apenas de sua aposentadoria. Prova disso, é que segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, o desemprego entre os idosos saiu de 18,5% em 2013 para 40,3 em 2018.   Pontua-se, ainda, que além do desemprego que acomete essa faixa etária, outros problemas econômicos estão associados ao idoso e um deles é o impacto nos sistemas de saúde. Tal fato está embasado no rápido processo de envelhecimento, sendo que as políticas públicas não conseguem acompanhar tal processo. É geralmente nessa fase, que problemas crônicos e doenças não-transmissíveis mais afetam os longevos, acarretando em uma série de gastos hospitalares e em medicamentos, pois de acordo com a Comissão para Estudo do Envelhecimento Mundial, anualmente são gastos cerca de R$ 60 bilhões com doenças da típicas da terceira idade no Brasil.   Compreende-se, portanto, que ações devem ser estudadas e postas em prática, para um melhor futuro econômico-social, tanto para os idosos como para a sociedade em geral. Assim, urge que o Ministério da Saúde em parceria com Institutos invista na prevenção, detecção e intervenção precoce de doenças, o que inclui gerenciamento de fatores de risco e dos doentes crônicos, e em estruturas e perfis profissionais mais adequados para idosos, como casas de repouso, hospitais de longa permanência, home care e cuidadores. Outro fator coadjuvante é que o Governo Federal invista em ações que intensifiquem a alteração de conduta, através de incentivos fiscais para a contratação do idoso, a fim de garantir a valorização do idoso e por fim ao preconceito tão enraizado na sociedade.