Materiais:
Enviada em: 16/07/2019

Na animação "Up, altas aventuras", o personagem principal, Sr. Fredericksen, sofre diariamente com a repulsa e o descaso praticados pela sociedade, que o vê como incapaz apenas por ser um idoso. Mesmo saudável e ativo, o personagem é condicionado à uma vida de inércia e marasmo graças à inabilidade do governo e da população diante da questão da inclusão social dos idosos nas esferas cultural, econômica e social. Apesar de ser uma ficção, o longa aborda uma realidade presente no Brasil fora das telas de cinema: o envelhecimento da população e a omissão do poder público na tentativa de inserir essas pessoas de forma eficiente na economia nacional de forma equilibrada.    De início, pode-se lembrar que, a inclusão social dos idosos vem diminuindo ao longo dos séculos. Durante a antiguidade clássica, na Grécia antiga, pessoas com mais de 70 anos eram vistas não só como sábias, mas também como contribuintes para formação da economia e da cultura nacional. Em contraste, no século XXI, mesmo com o avanço da tecnologia e dos direitos humanos, octogenários e centenários são tratados como um "peso" para a população jovem e adulta. Segundo a Organização das Nações Unidas, até o ano de 2080 haverão mais idosos do que jovens de até 14 anos habitando o Brasil. Diante dessa realidade, é inevitável afirmar que haverá um brutal desequilíbrio não só na balança econômica nacional, mas também nas relações sociais, como resultado de um país sem preparo para lidar com as doenças e as problemáticas gerais que se intensificam nessa faixa etária.    Tem-se conhecimento que a constituição cidadã de 1988 garante plenitude de direitos aos idosos (como saúde, atividades de lazer e aposentadoria). Em contraposição, o governo age com imensurável desprezo ao não fornecer políticas públicas eficientes que garantam esses direitos, além usar o déficit econômico nacional como desculpa para agir de tal maneira. Porém, ao analisar os privilégios e mordomias que o poder público oferece aos grandes bancos e detentores de capital (como a anulação de dívidas bilionárias), fica explícito o descaso não só com os idosos, mas com todo o povo. Dessa forma, obtém-se milhares de idosos fadados ao abandono e ao fracasso. Segundo o educador Paulo Freire "mudar é difícil mas é possível" portanto, medidas devem ser tomadas para combater o impasse.   É imprescindível que o Instituto Nacional do Seguro Social junto ao Governo federal, elabore uma campanha que conte com duas fases essenciais: a rotatividade econômica e a qualidade de vida. Logo, é necessário que o Governo exija o pagamento integral da dívida dos grandes bancos, destinando essa verba aos cofres públicos. Dessa forma, deve-se iniciar, imediatamente, o investimento nos hospitais públicos, na segurança e também nas atividades de lazer, com objetivo de oferecer não só equilíbrio econômico, mas principalmente a inserção dessas pessoas na sociedade de forma eficiente.