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Enviada em: 17/07/2019

O avanço tecnológico na medicina no século XX, juntamente com o controle da natalidade e métodos contraceptivos, promoveu o aumento da expectativa de vida e, consequentemente, da população idosa. Nesse contexto, a nação brasileira é pouco eficiente para lidar com o envelhecimento dos cidadãos. Com efeito, deve-se analisar como a negligência do Poder Público e o individualismo contribuem com essa ineficiência.    Em primeiro plano, evidencia-se que o governo falha na promoção da comodidade dos idosos. Isso acontece porque - de acordo com Thomas Hobbes - a população partilha de um contrato social, no qual o governo deve proporcionar o bem estar do povo para que a ordem social se mantenha harmônica. Entretanto, no Brasil, o Estado não oferece opções para parte da população, os idosos, se manterem ativos e, assim, alcançarem o conforto necessário. Essa falha do Poder Público pode ser vista, por exemplo, na desvalorização do estatuto do idoso, documento que lhes garantem direitos inerentes como, trabalho, saúde e lazer. Dessa maneira, é imprescindível que o país proporcione opções para a socialização dos idosos, por meio dessas garantias.    Além disso, o crescimento do sentimento individualista na sociedade também influencia no problema. Isso porque - segundo Zygmunt Bauman - a sociedade vive um momento de liquidez, em que as relações sociais estão cada vez mais frágeis. Nessa lógica apontada pelo filósofo, os idosos são "esquecidos" e, comumente, vistos como "fardo" social e, por isso, acabam isolando-se e tendo uma vida inativa, isto é, sedentária, o que prejudica a sua qualidade de vida. Nesse quadro de inatividade, os mais velhos passam seus últimos anos sem conforto e com a saúde precária. Logo, é necessário desfazer essa visão do idoso como fardo e, para isso, faz-se relevante a desconstrução de um dos problemas da modernidade, apontado por Bauman: o individualismo.    Urge, portanto, ações para mitigar o problema da ineficiência em lidar com o envelhecimento da população. As prefeituras devem, por meio da criação de programas de inclusão, proporcionar atividades laborais simples e opções de lazer como, dança e esportes nas praças, com o intuito de incluir os idosos na sociedade e, consequentemente, elevar o bem estar dessa parte da população. Ademais, cabe ao Ministério dos Direitos Humanos promover campanhas publicitárias, nas mídias sociais, ressaltando a importância no cuidado do idoso para eles não se sentirem sozinhos. Essa medida desconstruiria o individualismo e a indiferença da população para com os mais velhos. Assim, o contrato social proposto por Hobbes seria cumprido e a sociedade manteria a ordem harmônica.