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Enviada em: 25/07/2019

O modelo capitalista financeiro, hegemônico no mundo atual, zela a concepção de lucro máximo, o qual é atingido pela influência de mão de obra ativa e,substancialmente, jovem.No entanto, em função do crescente desenvolvimento medicinal em países com considerável poder econômico, como o Brasil, a expectativa de vida aumentou significativamente, fator que, associado ao decréscimo da taxa de fecundidade,de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ocasionou um envelhecimento acentuado da população,o qual afetou diretamente a economia nacional. Nesse contexto, apesar de algumas indústrias se beneficiarem,a exacerbada maioria é prejudicada, tanto pela redução do poder de consumo, quanto pela escassez de mão de obra qualificada, em função do desequilíbrio do bônus demográfico, fatores que desestabilizam a economia do país.  Em primeiro plano, cabe ressaltar que o lucro das empresas beneficiadas com o envelhecimento populacional, como as do âmbito da saúde, não sustenta o prejuízo das principais indústrias atuais que regem o mercado nacional, como as de tecnologia avançada - que apresentaram um crescimento nominal de 5,4% do PIB em 2017, segundo dados do jornal Valor Econômico- devido ao baixo poder de consumo. Dessa forma, a economia é desestimulada, tanto no mercado interno, por conta da falta de demanda, quanto no externo, devido à diminuição dos preços das exportações para tentar suprir a produção excedente. Assim, instala-se uma balança comercial desfavorável aos segmentos industriais afetados,conjuntura que condiciona a uma possível crise estrutural no sistema financeiro.  Em segundo plano, é mister compreender o paralelo entre a queda da mão de obra e a instabilidade atual do bônus demográfico - com a população em idade economicamente produtiva menor do que a parcela de indivíduos em idade não produtiva - que geram um déficit na economia pública. Nessa conjuntura, afere-se que sem mão de obra eficaz, o sistema industrial perde produtividade e, portanto, diminui radicalmente seu poder lucrativo. Ademais, com o fim do bônus demográfico, não há base produtiva para financiar, por exemplo, a aposentadoria da camada populacional mais velha, saturando a máquina econômica do poder público, como a previdência social, a qual apresenta um déficit estimado de 300 milhões no ano de 2019, de acordo com dados publicados no jornal G1.  Destarte, é necessário que o Estado estimule o poder de consumo, apresentando aos mais velhos os benefícios dessas indústrias que movem o mercado, afim de evitar o desestímulo e prejuízo econômico. Além disso, urge que se aumente a produtividade do trabalhador brasileiro, investindo em inovação e infraestrutura industrial, para suprir a queda da mão de obra e inversão do bônus demográfico e, assim, atingir uma balança comercial favorável e recurar o deficit público, impulsionando a economia nacional.