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Enviada em: 26/07/2019

Durante a segunda metade do século XX, iniciou-se a Revolução Técnico Científico Informacional, que permitiu enorme desenvolvimento da tecnologia e, consequentemente, o aumento da qualidade e expectativa de vida. Além disso, a inserção da mulher no mercado de trabalho contribui para a redução da taxa de natalidade. A junção desses fatores acarretou no rápido envelhecimento da população, como ocorre no Brasil contemporâneo. Esta mudança possui diversos impactos, como problemas econômicos e condições precárias da população sexagenária.          Em um primeiro plano, é possível perceber que o exorbitante crescimento de idosos pode gerar graves problemas econômicos. Segundo o ex-diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), Alexandre Kalache, os países desenvolvidos enriqueceram antes de envelhecer, o que não ocorreu no Brasil. A partir deste fato, verifica-se que os indivíduos sexagenários dependerão da população economicamente ativa para receber a aposentadoria. Entretanto, a quantidade de jovens e adultos trabalhadores não será suficiente para suprir a demanda do setor previdenciário, visto que a taxa de natalidade está abaixo de nível de reposição. Dessa forma, a drástica mudança da pirâmide etária nacional contribui para um grave déficit financeiro.          De forma análoga, vale destacar que o envelhecimento populacional do Brasil contribui para a precária qualidade de vida dos idosos. O sociólogo Zygmun Bauman, em "A arte da vida", afirma que "a cultura do sacrifício está morta. Deixamos de nos reconhecer na obrigação de viver para algo que não nós mesmos". Analogamente à tese, percebe-se que o indivíduo, atualmente, busca incessantemente o crescimento individual, o que suscita a falta de tempo para cuidar da família. Como consequência os idosos são, muitas vezes, negligenciados pelos próprios parentes e, por isso, não recebem os cuidados necessários. Dessa forma, a carência do altruísmo social colabora para as condições precárias de vida dos seres humanos da terceira idade.       Torna-se evidente, portanto, a importância de se combater os impactos negativos do envelhecimento populacional brasileiro. Para isso, cabe ao Poder Legislativo, por meio da criação de novas leis, o incentivo à imigração, com o objetivo de compensar a carência da população economicamente ativa nacional. Junto a isso, urge que o Ministério da Educação, por meio do redirecionamento de verbas, crie campanhas publicitárias nas redes sociais que valorizem o engajamento das famílias no cuidado ao idoso, a fim de reduzir a negligência a essa camada social. Dessa forma, o Brasil tornar-se-á desenvolvido nesse setor, com o propósito de proporcionar uma ótima qualidade de vida para os indivíduos sexagenários.