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Enviada em: 14/05/2019

A série estadunidense “The Fosters” retrata o cotidiano de uma família, em que duas mulheres adotam três adolescentes e buscam por meio da quebra de paradigmas, estabelecer uma forma de ajudar a superação dos traumas que aqueles jovens carregam consigo. Uma vez que desde a infância esses jovens foram obrigados a lidar com os mais difíceis problemas, que incluem a perda dos pais e os orfanatos, muitas vezes eles não conseguem chegar e se estabelecer a uma casa. No Brasil, a situação não é diferente, sendo possível perceber que, devido a toda burocracia existente, as crianças acabam por viver suas vidas inseridas no sistema, ao invés de inclusas em uma família.  Em princípio, existem os empecilhos enfrentados por casais homoafetivos que desejam cumprir o processo adotivo para formar sua família. Um dos grandes impasses nesse quesito é o fato que segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) apenas pessoas que estejam em união estável podem se qualificar para adoção, porém, apenas em 2013 foi reconhecido legalmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Dessa forma, houve grande atraso para que esses casais pudessem ser inseridos na lista de espera para adoção, que se torna cada vez mais longa, já que, atualmente, o número registrado pelo Cadastro Nacional de Adoção chega a 40 mil pessoas.  Além disso, o país ainda enfrenta a grande idealização projetada pelas pessoas que desejam adotar uma criança. Isso se deve graças às exigências feitas por elas para realizarem a adoção, como a preferência por recém nascidos ou crianças que possuam até um ano de idade. Apesar de no território nacional existirem mais de oito mil crianças à espera da adoção, apenas 5% delas se encaixam nessa condição criada pelos futuros pais. Bem como a adoção conjunta de irmãos é algo pouco aceito por quem deseja a filiação. Esse número é refletido em apenas 40% das pessoas que se enquadram na lista de espera, o que torna o processo cada vez mais demorado.  Logo, não há como negar que a burocracia existente em ambos lados faz todo o processo adotivo ser extremamente desgastante para os que estão inseridos nele. Então, ONGs, em conjunto à iniciativa privada, podem criar algo semelhante ao “Programa Foster”, existente nos Estados Unidos, que garante um momento intermediário entre o orfanato e a vida em família, no qual a criança começará a se socializar, a fim de possibilitar que a família tenha contato com ela, podendo incentivar a adoção daquele grupo que não está a primeira vista dos adotivos. Além disso, uma vez que o Supremo Tribunal Federal permitiu a adoção por casais homoafetivos, deve haver cumprimento do projeto estabelecido, cabendo ao Judiciário tal fiscalização, para que não haja imposição de mais barreiras a essas novas famílias. Assim, os jovens poderão, finalmente, aproveitar suas vidas integrados a uma nova família.