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Enviada em: 14/02/2019

O seriado Anne With An E aborda, dentre várias questões, a adoção. Anne, a protagonista, é uma menina que foi adotada pela família Cuthbert - que, na verdade, queria um menino para ajudar no campo. Durante os episódios é possível perceber alguns dos impasses da adoção que se assemelham aos presentes hoje no Brasil: a preocupação com a origem do adotado e a restrição a um perfil desejado pelos adotantes.       Em primeiro lugar, é relevante lembrar que o lugar de habitação inicial e as circunstâncias que a levaram a criança ao orfanato influenciam no desenvolvimento da mesma. Por exemplo, um adolescente que foi exposto a situações envolvendo brigas, alcoolismo e/ou violência, como a Anne, tende a ter traumas presentes na memória que podem prejudicar o relacionamento desse com outros - até mesmo levando a um caso de agressão física. No caso da protagonista citada, houve uma difamação da família Cuthbert e de Anne por ela ter contado as meninas da cidade um episódio que viveu de cunho sexual. Logo, a origem do adotado, é de muita preocupação para o adotante porque pode afetar negativamente a vida da criança e a dele.       Ainda, é importante considerar que, como afirma o site Correio Braziliense, apesar de haver doze vezes mais pessoas querendo adotar do que crianças para serem adotadas, muitas dessas estão fora do perfil desejado pelo adotante. É nítido que a população brasileira disposta a adotar precisa ampliar a mentalidade para conseguir observar imparcialmente a grande massa de crianças que desejam um lar e uma família e que, apesar de fora do perfil restringido pelo adotante, podem trazer a alegria de uma criança e da paternidade para os pais adotivos. É digno de nota que o argumento anterior é válido para parâmetros estéticos ou emocionais restringidos por esses, mas no caso de crianças com irmãos há o fator renda que pode limitar involuntariamente um adotante de perfilha-las.      Portanto, é vital que o Estado tome providências para minimizar os impasses da adoção no Brasil. Para sanar os possíveis traumas de crianças em situação de adoção, o Ministério da Saúde deve, por meio de médicos que trabalham para o sistema estatal, disponibilizar tratamento psiquiátrico para elas. Ademais, para libertar os adotantes de uma restrição de perfil para o adotado, o Ministério de Educação e Cultura deve criar um site efetivo de informações sobre a adoção que difunda a ideia de que adotar e ser "adotado" por uma criança independe do perfil estético dela e o Estado deve oferecer suporte financeiro proporcional para famílias que adotarem mais de uma criança e tiverem renda insuficiente. Esse site pode ser amparado por centrais de informação dentro da sessão de contato dos orfanatos. Dessa forma, muitas crianças poderão, assim como a Anne, ter a felicidade de um lar.