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Enviada em: 15/02/2019

Incompatibilidade. Expectativa. Desinformação. Preconceito. Rejeição. Essas são algumas constantes que permeiam a discussão sobre os obstáculos do processo brasileiro de adoção. Assim, mesmo com todo o desenvolvimento social e tecnológico presente, o sistema de perfilhamento ainda causa muita dor e sofrimento em razão de motivos fúteis. Nesse sentido, percebem-se dois grandes contribuintes para essa problemática, a divergência entre as expectativas dos filiadores e a realidade das casas de adoção brasileiras e o excesso de burocracia.     Nesse contexto, é importante salientar que a maior parte das adoções não são realizadas por causa de uma incompatibilidade entre a idealização, de família e criação, dos perfilhantes e a concretude das situações das casas de adoção. Segundo a revista Cartacapital, o número de adotantes é enormemente maior que o de crianças e adolescentes na fila, e os procedimentos só não são realizados por puro prejulgamento e desprezo pelos que não se encaixam em suas "listas de qualidade". Torna-se claro, à vista disso, que o desafio não é conseguir mais filiadores, mas sim mudar seus pontos de vista.             Ademais, outro grande fomentador dessa problemática é a burocracia exagerada e desnecessária do Governo, que só atrapalha ainda mais esse procedimento tão delicado. De fato, como disse Oseias Valentim: "A burocracia tem o poder de fazer parecer que está produzindo algo, mas não está. Burocracia é inútil". Com isso, é fundamental o seu combate.    Fica evidente, portanto, que para a solução dos desafios da adoção no Brasil é essencial mais informação e menos burocracia. Nesse sentido, faz-se necessário que o Governo, por meio do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), proporcione à população palestras informativas gratuitas, para mudar a visão equivocada do povo a respeito das adoções. Além disso, é preciso que a mídia, por intermédio de seu jornalismo, pressione a administração do ECA contra seus exageros burocráticos inúteis e desgastastes. Só assim, os entraves da adoção serão diminuídos no Brasil.