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Enviada em: 20/02/2019

Na contemporaneidade, pode-se observar que há um número expressivo de adolescentes e crianças que são órfãos. No entanto, é possível perceber impasses que inviabilizam o processo adotivo. Essa situação, desse modo, é devida ao preconceito e a falta de alteridade nas relações que permeiam o processo de adoção no Brasil.       A priori, o número de pessoas interessadas em realizar o processo adotivo no Brasil é consideravelmente alto. Todavia, há um contra-senso, já que os índices revelam que mesmo com crianças disponíveis para adoção, muitas não são adotadas. Dessarte, é possível entender essa situação, ao analisar a sociedade hodierna, a qual reverbera o enigma da Modernidade do filósofo Henrique de Lima, ao elucidar que, apesar da sociedade ser tão avançada em suas razões teóricas, é tão indigente em suas razões éticas. Ou seja, mesmo que muitos estejam com a intenção de realizar a adoção, a falta de um comportamento ético fomenta o preconceito na escolha da criança a ser adotada. Assim, pode-se observar que as crianças, que não se enquadram no padrão de beleza europeu, por exemplo, são preteridas nos processos adotivos, uma vez que o preconceito persiste de forma latente no tecido social, sendo um impasse no processo adotivo.        Outrossim, as pessoas que estão destinadas a adotar, geralmente, não compreendem a importância da adoção na perpectiva daquele que está sendo adotado, pois analisam o processo adotivo como forma de satisfazer seu bel-prazer e assim, suprir apenas as suas expectativas. Nessa lógica, uma reportagem divulgada pela BBC, uma revista de abrangência internacional, evindeciou diversos casos de pais que estavam devolvendo crianças adotadas, pois não supriram às expectativas do casal. Desse modo, fica evidente que a falta de alteridade torna-se um impasse nos processos adotivos, já que não analisam a situação da criança que está sendo adotada, as tratando como um triunfo, apenas.             Logo, é necessário que as ONGs venham, mediante palestras educativas, elucidar, para as pessoas interessadas em adotar, sobre a importância da valorização das diferenças entre seres humanos, afim de que o preconceito, que é um dos impasses no processo adotivo, seja mitigado. Além disso, é imprescindível que os lares de adoção venham, mediante atividades socias, incentivar que àqueles que desejam adotar realizem visitas as crianças órfãos, com intuito de que a alteridade nesses processos adotivo seja desenvolvida. .