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Enviada em: 25/02/2019

A busca pelo filho perfeito       Verifica-se, no Brasil atual, preocupantes impasses no processo de adoção. Dentre eles, a grande discordância entre o perfil de criança buscado pelas pessoas com interesse em adotar e a realidade do Cadastro Nacional de Adoção. Outra dificuldade aparente está na adoção de adolescentes e crianças com irmãos, fadados a crescerem em orfanatos até a maioridade.       Infelizmente, uma comparação entre a situação do processo de adoção brasileiro atual e a compra de escravos nos diferentes períodos da história é possível. Nesse sentido, analisa-se a busca por características físicas específicas nas crianças como condição para o recolhimento dessas ao seu lar. Resulta disso a relação de doze crianças esperando serem adotadas para cada candidato disposto a adotar.       Não somente isso implica problemas na situação, mas também a marginalização do adolescente e de crianças com irmãos no processo de adoção. Tal problemática ocorre pela falta de busca de adolescentes, que chega a ser de apenas 1%, segundo dados do CNA. Outro grupo prejudicado pela rejeição das famílias candidatas são as crianças com irmãos, que usualmente vivem nos orfanatos até completarem 18 anos. Essas compõem 65% do cadastro nacional, enquanto apenas 34% das famílias se dispõem a adotar crianças nessa situação.       Em relação à problemática da busca por características físicas, é importante que se diminua a intolerância e a superficialidade presente na sociedade. Para isso, devem ser realizados trabalhos educacionais pela mídia e pelas escolas desde a educação infantil, com a finalidade de reduzir ao máximo o número de crianças em orfanatos à espera de adoção. De mesma maneira, investir na conscientização através da mídia e de programas educacionais na escola para intervir na realidade de irmãos à espera de adoção é importante para a melhora dos índices apresentados e uma melhor qualidade de vida para esses.