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Enviada em: 22/03/2019

Na sociedade atual brasileira, existem diversos empecilhos que impedem a adoção de crianças e jovens. Esse panorama complexo suscita uma atuação mais expressiva do Poder Público e da sociedade civil, com o objetivo de tornar esse processo burocrático e de alterar a mentalidade das famílias acerca dos inúmeros critérios exigidos na escolha dos filhos.    De acordo com o físico alemão Albert Einstein, "Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito". Tal premissa, mesmo anos depois de enunciada, continua evidentemente atual no contexto brasileiro, uma vez que ainda hoje, a procura por filhos adotivos, na maioria das vezes, já vem com critérios preestabelecidos, como pele clara, olhos claros, menores que quatro anos e que não tenham irmãos. Essas exigências fazem com que mesmo que hajam inúmeras crianças para adoção, se perpetue uma fila de pais dispostos a esperar um "filho dos sonhos", aumentando assim o número de crianças negras e de jovens que passam quase a juventude inteira à espera de adoção.   Ademais, a burocracia exigida no processo de adoção também é um fator negativo. Segundo o Juiz Manoel Clístenes, titular da 5ª vara da Infância e Juventude de Fortaleza, o procedimento deveria durar no máximo seis meses. Entretanto, devido à lentidão do Judiciário e da tentativo de recuperar os laços do indivíduo com a família biológica, o procedimento pode levar mais de um ano. Essa demora faz com que diversas famílias desistam de adotar ou até mesmo nem pensem nessa possibilidade.   Portanto, para que a adoção seja eficazmente facilitada no Brasil, compete ao Governo, por meio, por exemplo, das redes sociais e campanhas televisivas, incentivar as famílias a adotarem jovens e crianças que não estejam no "padrão" procurado pela maioria dos candidatos a pais adotivos. Ademais, é necessário que o Judiciário diminua a burocracia e o tempo que as crianças levam para serem adotadas. Paralelamente, cabe às instituições formadoras de opinião, intensificar os debates sobre a rigidez nos critérios escolhidos pelas famílias na escolha de um jovem ou criança, por meio de reuniões de pais e alunos ou debates.