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Enviada em: 10/03/2019

De acordo com o filósofo Arthur Schopenhauer, os limites na perspectiva de uma pessoa dificultam o seu entendimento acerca do mundo. A partir disso pode ser analisado que muitos obstáculos no processo de adoção no Brasil, vem das ideias pré- concebidas da população acerca do assunto e dos processos burocráticos. Dessa forma, cabe fazer uma análise sobre a mencionada questão e também sobre como solucioná-la.    Inicialmente, deve ser ressaltado que hoje, há um processo muito seletivo nas adoções de crianças e adolescentes. Isso pode ser observado, por exemplo, nos dados do Cadastro Nacional de Adoção que demonstram que a maior parte das crianças adotadas tem menos de 7 anos, e também com características físicas que excluem muitos outros de serem adotados. Isso acontece porque a sociedade brasileira é estruturada por um modelo imposto pelos grupos dominantes, no qual o indivíduo que não corresponde a esse padrão, como ter cabelos lisos e olhos azuis, sofre uma periferização social. Dessa forma, consoante ao pensamento de Lévi-Strauss, percebe-se que grupos que não atendem ao padrão não são valorizados de forma plena, e tornar-se vítimas de preconceito, e isso mostra-se um empecilho na busca das crianças por um lar.    Além disso, pode ser observado que na Constituição brasileira, é afirmado que toda criança e adolescente tem direito a viver em um ambiente familiar e ter uma comunidade. Contudo,devido a falta de políticas públicas ostensivas por parte de algumas gestões isso não é bem efetivado. Isso pode ser observado na atualidade do país, já que números colossais de jovens encontram-se em abrigos e orfanatos.Um dos motivos para isso acontecer, é o complexo processo burocrático para se efetivar uma adoção, que faz com que crianças cresçam dentro dos abrigos devido ao longo processo de adoção que pode durar anos, o que , segundo professores de Psicologia da USP, pode resultar prejuízos enormes na formação das crianças, como a dificuldade da formação de laços nas relações interpessoais.    Torna-se, portanto, evidente, que o processo de adoção no Brasil apresenta impasses. Para resolvê-los, cabe ao Ministério de Planejamento, orçamento e gestão, o papel de elaborar planejamentos que conscientizam a população a necessidade de adoção de todos os tipos de crianças e adolescentes, de diferentes idades e características, como postar em páginas do governo informações sobre crianças que estão necessitando de um lar. A partir dessas histórias reais, será possível criar empatia e aumentar as possibilidades de adoção. Além disso, o Ministério da Justiça deve elaborar planos para tornar mais rápido o processo de adoção. Para assim, os impasses sejam removidos.