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Enviada em: 27/06/2019

De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), há mais de 42 mil pessoas na lista de espera para adotar, porém existem apenas 5 mil crianças e adolescentes disponíveis. Em virtude de impasses, tendo como exemplos as exigências dos adotantes e o baixo interesse na adoção de adolescentes de até 17 anos, a disparidade aumenta, enquanto muitos indivíduos mantêm-se sem um lar.    Em primeiro lugar, segundo a Constituição Federal de 1988, é um dos deveres da família e do Estado assegurar à criança e ao adolescente o direito à convivência familiar. Contudo, apesar do Estado cumprir sua parte - garantir que os jovens em situação de abono possam ter uma família  - conforme o CNA, a maioria das pessoas interessadas em acolher só aceitam crianças de até 3 anos, aproximadamente 18%. Desse modo, os indivíduos que não se encaixam no perfil exigido permanecem nos abrigos,  ao mesmo tempo em que a chance de serem adotados diminui e a lista dos adotantes continua a crescer.  Outrossim, o curta-metragem Teu Abraço, Esperança: Um Fragmento da Adoção Tardia no Brasil, mostra o caso do Williams Amaral, um adolescente que foi adotado aos 17 anos. Lamentavelmente, ele é um dos poucos jovens que foram adotados com essa idade. Isso se dá porque muitos interessados em adotar têm medo de não saber lidar com esses jovens. Segundo dados do CNA, menos de 1% dos adotantes possuem interesse em jovens que estão entre 11 e 17 anos. Com isso, muitos adolescentes vão envelhecendo nos abrigos - estes só os aceitam até 17 anos e 11 meses - e a oportunidade de ter uma família se distancia.  Por todos esses aspectos, a fim de diminuir os impasses da adoção, é necessário que o Conselho Nacional de Justiça junto ao Estatuto da Criança e do Adolescente elaborem campanhas na TV e nas redes sociais, com as crianças e os adolescentes disponíveis para adoção, para falar sobre a importância da adoção e, principalmente, para convencer os adotantes - e quem pensar em adotar - à escolher jovens de 11 a 17 anos. Também, o Cadastro Nacional de Adoção deve colocar as pessoas, cuja opção de adoção é o adolescente, como prioridade, tendo em vista que este possui sua chance de ser adotado diminuída com o passar da idade.