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Enviada em: 22/03/2019

Desde a Antiguidade, quase todos os povos praticaram o instituto da adoção, acolhendo crianças como filhos naturais no seio da família. No Brasil, o número de pessoas interessadas em adotar é muito superior ao de crianças disponíveis para adoção, mas mesmo assim muitas delas passam a vida em abrigos públicos, sem lar. Tal problemática decorre do fato de que os brasileiros interessados não querem adotar crianças com irmãos, além de uma falta de interesse por adolescentes, aumentando o número de crianças sem uma família.       A priori, é necessário ressaltar a falta de desinteresse da maioria das pessoas em adotar crianças que possuem irmãos também disponíveis para o acolhimento. De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, o número de brasileiros interessados em adotar é doze vezes maior do que o número de crianças disponíveis para adoção. Contudo, a maioria das pessoas disponíveis a adotar não se dispõem a levar crianças junto com seus irmãos, que são comumente adolescentes, algo que acarreta em um aumento de crianças sem um lar.       Além disso, segundo Walter Gomes, supervisor da Seção de Colocação em Família Substituta da VIJ-DF, a cultura de adoção no Brasil sempre privilegiou e incentivou o acolhimento de recém-nascidos, ao mesmo tempo que cercou de hesitações a adoção de crianças maiores, em especial de adolescentes. Dessa forma, muitos adolescentes nunca encontram uma família que os acolha, sendo obrigados a deixarem os abrigos após atingirem a maioridade civil.       Diante dos fatos apresentados, faz-se necessário que o Estado, com o auxílio de instituições de acolhimento, promovam campanhas, palestras e debates com o intuito de desconstruir as exigências, os medos e os preconceitos em relação ao perfil desejado de criança. Logo, a partir do momento que as famílias habilitadas flexibilizarem o perfil de criança almejado, haverá um aumento no número de adoções, possibilitando um novo lar e família aos jovens carentes.