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Enviada em: 27/03/2019

Conforme o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um ''corpo biológico'' por ser, assim como esse,composta por partes integradas. Dessa forma, a fim de que esse organismo seja coeso, é imprescindível haver a garantia de todos os direitos dos cidadãos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre completamente, visto que a prerrogativa ao convívio familiar, assegurada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, não é realidade para muitos indivíduos que estão em abrigos de adoção. Nessa lógica, a maioria dessas pessoas estão à espera de um lar porque há uma falsa noção de como o processo de acolhimento funciona e pelo fato de que a maior parte dos futuros responsáveis escolhem o estereótipo do órfão.    Decerto, já se tornou um senso comum de que a adoção acontece por meios burocráticos e duradouros, o que, na realidade, é um mito. Isso se deve ao fato de que há alguns ano isso realmente acontecia, todavia, com o avanço tecnológico, isso mudou, pois o Estado criou um cadastro virtual, no qual as pessoas que desejam participar do processo podem se escrever e, além disso, ele é nacional, ou seja, o órfão poderá ser de qualquer lugar do Brasil. Entretanto, a maioria da população desconhece essa ferramenta e, por isso, vários indivíduos deixam de procurar a adoção pelo fato de que a comunidade, em geral, perpetua a ideia de que o procedimento é trabalhoso e que não vão conseguir, o que, analogamente a Lei da Inércia do polímata Isaac Newton- a qual afirma que um corpo tende a permanecer no seu estado de movimento atual até que algo o interrompa- deve sofrer uma alteração e as pessoas, assim, conhecerão o verdadeiro processo.     Outrossim, outro impasse que existe é que a maioria dos indivíduos que desejam adotar escolhem o estereótipo do órfão, que é, geralmente, menina, recém-nascida, sem deficiência e branca. Esse fato faz com que há mais pessoas querendo adotar do que crianças em abrigos, já que a maior parcela não obedece a esses requisitos. Nessa lógica, isso é lamentável, pois como afirmou a cantora norte-americana Madonna- mãe solteira de filhos negros, africanos e adotados- afirmou, engravidar pode até acontecer inesperadamente, no entanto, quando alguém acolhe, é por escolha e isso não deveria vir acompanhado de como o abrigado é fisicamente, uma vez que caráter não é definido por elas.     Portanto,a fim de que haja um maior número de adoções no Brasil,o MEC deve informar as pessoas sobre como esse procedimento ocorre,por meio de propagandas nos canais abertos de televisão e na internet,as quais frisem a facilidade dele atualmente.Concomitantemente,cabe ao Ministério da Saúde contratar psicólogos para conversar com os adultos sobre a importância de não escolher os estereótipos do abrigado,o que,certamente, vai levar o organismo durkheiniano a tornar-se coeso.