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Enviada em: 23/04/2019

O processo de adoção no Brasil apresenta diversos impasses. Esse fato dificulta a melhora de vida das crianças no sistema e aumenta o tempo esperado por pais para adotar. O entendimento não somente da especificidade no critério de adoção, mas também da vida adulta das crianças em abrigos é de extrema importância para o pleno funcionamento do processo de adoção.   A excessiva especificidade nos critérios parentais para adoção é fator impulsionante da ineficácia do sistema. No Brasil, o número de pessoas dispostas a adotar e com qualificação para tal é doze vezes menor que a quantidade de crianças disponíveis para a adoção. Esse fato ocorre por causa da idade dos jovens ou posse de irmãos. Com isso, o impasse do sistema ocorre em decorrência do número de infantes negligenciados pelos critérios rigorosos dos potenciais pais adotivos. Dessa maneira, a exclusão, não apenas social, mas também racial (53% dos possíveis adotantes não se declaram indiferentes a cor) dos infantes é prejudicial ao serviço adotivo do Estado, tornando-se um ciclo de abandono e ignorância.   A qualidade de vida dos menores no sistema de adoção é fator influenciador da maioridade. É um fenômeno abrangentemente estudado pela psicanálise a relação da infância com a vida adulta, já discutido por Sigmund Freud o século XX. Analogamente, crianças que estão no sistema de adoção terão reflexos disso na vida adulta, podendo apresentar depressão, agressividade, desempenho profissional fraco e mau comportamento. Dessa forma, é evidente que o sistema adotivo fere a personalidade e comportamento das crianças que sofrem rejeição dos progenitores e de potenciais pais adotivos. Por isso, a integridade da condição de vida é essencial para a saúde mental da parcela da população que utilizava dos serviços de adoção na menoridade.   É evidente que há inúmeros impasses no sistema adotivo brasileiro que devem ser solucionados para a atenuação das resultantes ruins do processo. É de responsabilidade da Defensoria Pública criar campanhas de adoção tardia, de modo a incentivar os adotantes a ampliar os critérios determinantes para o processo. Tal ação causa a desencorajamento da discriminação de idade e raça cometida por enorme parte dos potencias pais. Como consequência das campanhas, haverá um  declínio no aguardo pela crianças nos abrigos, assim como na fila de espera para os que querem adotar. De tal maneira, o sistema adotivo do país teria um desenvolvimento da eficácia na junção de crianças abandonadas com seus pais.