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Enviada em: 24/04/2019

Segundo a Folha de São Paulo, atualmente existem 43615 famílias em processo de espera para o processo de adoção. Enquanto essas pessoas aguardam para o início do processo ou conclusão, 8763 crianças permanecem em abrigos, nem sempre seguras e confortáveis. Percebe-se então que, no Brasil, todas as burocracias possuem diversos empecilhos, como por exemplo as longa filas.   É fato que toda a burocracia do processo de adoção é essencial para garantir a segurança da criança, uma vez que este não pode correr mais danos psicológicos e/ou físicos, sendo extremamente importante sempre levar em consideração que ela já sofreu uma enorme decepção na vida ao ser abandonada pelos pais biológicos. Hoje há uma lei que estabelece prazos para cada etapa do processo, entretanto ela não condiz com a atual condição do serviço judiciário público, que possui poucos técnicos e juízes em relação à larga demanda de casos.   Essa carência de funcionários é a causa da angústia dos futuros pais e da perda da esperança dos órfãos. Contudo, o serviço público não é o único responsável pelos impasses, visto que a própria população possui um enorme preconceito quanto à adoção. Centenas dos interessados em adotar, rejeitam crianças mais velhas, com irmãos e até mesmo discriminam-as pela sua cor de pele. Isso demonstra que a sociedade brasileira ainda é extremamente racista e ignorante. Essa ignorância é capaz de causar terríveis traumas nos menores, já que é durante a infância que o ser humano, através de suas experiências, forma sua personalidade e visão de mundo.   Com essa perda de expectativa e falta de afeto, a criança pode vir a desenvolver distúrbios psicológicos, prejudicando o desenvolvimento da sociedade. Além de que o tempo para os moradores de abrigos é precioso, já que há uma idade máxima para a permanência neste. Com os impasses do processo, diversos adotantes desistem, e os orfanatos vão ficando cada vez mais sobrecarregados, ocasionando  péssimas condições de vida aos moradores, que ao serem despejados desses lares ao completarem 18 anos, muitas vezes não encontram outra maneira de sobreviver, senão recorrendo aos crimes.   Esses impasses no processo de adoção no Brasil poderiam começar a serem resolvidos através do apoio de iniciativas privadas a ONGs que esclareçam a população sobre a necessidade do vínculo afetivo para uma criança, seja ela negra, branca, parda, índigena, albina, mais velha, mais nova... Isso significa deixar preconceitos de lado, e assim incentivar os brasileiros a garantirem o direito à convivência familiar às crianças.