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Enviada em: 02/05/2019

Segundo a Folha de São Paulo, atualmente há 43615 famílias em processo de espera para o processo de adoção. Enquanto essas pessoas aguardam o início do processo ou sua conclusão, 8763 crianças permanecem em abrigos, nem sempre seguros. Percebe-se então que, no Brasil, todas as burocracias possuem diversos empecilhos, como por exemplo, as longas filas.  Essas filas contrapõem-se ao grande número de crianças que esperam por um lar. Tal fato é justificado pela exigência das famílias por um perfil específico, condicionado por carecterísticas de saúde, etnia, relação com os pais biológicos, e principalmente a idade. Segundo a revista Carta Capital, apenas 5% dos 43 mil candidatos aceitam crianças com mais de 9 anos de idade, sendo que justamente esse grupo, compõem 60% dos órfãos. O preconceito com essas crianças possui sua raiza na falsa ideia de que estas trariam muitos problemas comportamentais, ou então pelo desejo dos pais de acompanhar o crescimento delas.Tal desejo é completamente compreensível, entretanto, menosprezar uma criança por sua idade ocasiona num aumento de jovens que, ao não serem adotados até os 18 anos, são despejados dos abrigos, sem nenhum amparo, e raramente conquistam boas condições de vida.   Contudo, as famílias também sofrem com o processo, uma vez que este pode durar até 120 dias, que são prorrogáveis. Isso acontece em decorrência da falta de funcionários, como assistentes sociais e psicólogos. Essa demora pode acarretar na desistência das famílias, que passam a preferir metodos de fertilização, ou então simplesmente abrem mão da ideia de criar um filho. As desistências aumentam a quantidade de crianças sem laços familiares, ainda mais diante do preconceito da sociedade sobre o perfil dos pais também. Valores arcaicos sobre um estereótipo de família são impasses para o processo, já que dificulta a adoção por determinados grupos, como os homessexuais, que são frequentemente "ultrapassados" nas filas de adoção por casais heterossexuais.   Com tal exemplo, pode-se perceber que as longas filas não o único impasse. A sociedade brasileira ainda não se libertou da "caverna", como proferido por Platão, mantendo seus preconceitos e permitindo que milhares de jovens tenham seus futuros prejudicados, por erros os quais ela não são responsáveis. Esta questão deve ser resolvida inicialmente pela garantia da aceleração do processo, através de concursos públicos realizados pelo Governo Estadual, dessa forma aumentando número de funcionários e permitindo que novas pessoas iniciem o processo e outras sintam-se motivadas a considerar a adoção como meio de ter filhos. Além disso, ONGs também podem vir a informar sobre a importância de laços afetivos para o desenvolvimento de uma criança, esclarecendo também sobre os riscos que aqueles que não conseguem uma família sofrem , como por exemplo, a marginalização.