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Enviada em: 29/04/2019

Apesar da adoção ser permitida legalmente desde o século XIX no Brasil, foi apenas com a Constituição Nacional de 1988, que a prática foi consolidada, eliminando assim, quaisquer diferenças entre filhos biológicos e adotados. Entretanto, o processo adotivo no Brasil, ainda é carregado de preconceitos, que diminuem as chances de adoção. Além disso, percebe-se as exacerbadas burocracias que envolvem cada fase da adoção, por fim dificultando-a.        Em primeiro plano, nota-se que a grande maioria dos candidatos que buscam a adoção, negam-se a aceitar crianças e adolescentes com características diferentes das esperadas. De acordo com o Conselho Nacional de Adoção, o número de adultos dispostos a adotar é oito vezes maior do que o de jovens esperando uma família, porém muitos ainda vivem nos abrigos. Simultaneamente, percebe-se a resistência em adotar crianças com irmãos, adolescentes e crianças com problemas de saúde, as quais não tem previsão de conseguirem um lar.        Em segundo plano, é relevante ressaltar a grande burocracia brasileira envolvida na prática de adoção. Paralelamente, o aforismo de Lacan, "a mulher não existe", pode, ser ampliado também para "a criança não existe", pois elas tornaram-se invisíveis perante o Estado, de tal forma que não há nenhuma política pública séria para contempla-las como sujeitos de direitos. Por consequinte, o processo adotivo se torna lento e ineficiente.       Fica evidente, portanto, que o Estado deve intervir diretamente nesse cenário. Primordialmente, o Ministério da Justiça e a Secretária Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, devem incentivar, por meio de campanhas, a adoção tardia, bem como a adoção de crianças com diferentes características, a fim de conseguir um lar para todas as crianças e adolescentes. Ademais, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário precisam criar novas leis que facilitem o processo adotivo, para que o mesmo aconteça com agilidade e eficiência. Dessa forma, todos os cidadãos poderão constituir a base de qualquer nação: a família.