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Enviada em: 01/05/2019

Segundo o dicionário adoção é um ato jurídico no qual um indivíduo é permanentemente assumido como filho por uma pessoa ou por um casal que não são os pais biológicos, desde que respeitadas as condições jurídicas para tal. Porém, no Brasil, há uma grande dificuldade no processo de adoção: segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) cerca de 5.500 crianças com condições para serem adotadas continuam esperando por adotantes, mesmo com 33 mil famílias cadastraras no CNA (Conselho Nacional de Adoção). O processo de apadrinhamento permanente é seletivo, e muitas vezes leva a desistência do acolhimento por não agradar os “padrões” escolhidos.    Com isso, é possível encontrar, como algumas das causas, a divisão da adoção por idade e quantidade de integrantes. Cerca de 63% das pessoas buscam a adoção de crianças com menos de 4 anos, porém só 4,1% possuem essa idade segundo CNJ. De acordo com o conselho 17,5% dos adotantes buscam mais de uma criança e cerca de 19% por irmãos, totalizando 36,5%. Contudo 76,9% de todas desabrigados possuem um ou mais irmãos o que acaba dificultando o processo de adoção.    Como também, a questão racial é um fator decisivo na hora de adotar. Segundo o CNA aproximadamente 67% das crianças em condição de adoção não são brancas e 10% dos adotados são negros, indígenas ou pardos. O que revela o preconceito também presente nos que buscam acolher. Outro motivo por trás da dificuldade de acolhimento é a burocracia das leis brasileiras, muitas vezes dando o acolhimento provisório por anos e posteriormente retornando o adotado aos abrigos.     Logo, a quantidade de desabrigados nas instituições é cada vez maior. Segundo o professor Roberto da Silva, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) “Quanto mais precoce a institucionalização e quanto mais prolongada, maiores serão os danos”, aquele que reside nas casas de abrigo abre mão dos valores familiares e passa a seguir os valores institucionais, necessitando de uma reinserção no ambiente familiar, com o apoio devido das políticas públicas. Aqueles que completam 18 anos são forçado a seguir seu caminho sem a presença de progenitores, muitas vezes, seguindo o lado do crime. Segundo o Unicef, em abrigos, crianças estão seis vezes mais expostas à violência e são quatro vezes mais suscetíveis à violência sexual.    Portanto, para que o processo de apadrinhamento permanente não leve a desistência por conta da seletividade e os impasses no processo de adoção. Cabe ao governo por meio do CNJ e CNA facilitar os processos necessários para o acolhimento, diminuindo os esteriótipos relacionados a idade ou etnia, por meio de palestras e informativos propagados pela televisão, jornal, rádio, entre outros. Priorizando a adoção de crianças acima de 4 anos e diminuindo a exposição a violência física e sexual.        desabrigados.