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Enviada em: 27/05/2019

Desestatização da adoção  O ser humano, como ser pensante e transcendente, está sempre questionando o mundo que lhe cerca, seja no intuito de conhecê-lo mais a fundo ou no sentido de revisar conceitos os quais uma vez foram dados como "certos". Assim ocorre com as definições de família, fraternidade e maternidade que com o passar dos tempos se tornam cada vez mais abrangentes e empáticas.   Quando o processo de adoção foi institucionalizado no Brasil, apenas casais héteros e impossibilitados de terem filhos biológicos poderiam recorrer. Atualmente, quem cumprir com requisitos de idade, renda, psicossociais e jurídicos consegue adotar independente de seu estado civil e orientação sexual, o que acarreta em um aumento considerável do número de pessoas dispostas, sendo este superior ao de aquelas que estão disponíveis para o ato.    Entretanto, tal fato vem acompanhado de características que dificultam  sua plena atuação, tais como: o perfil idealizado predominante exigido pelos adotantes (bebê, cor branca e menina) que não representa a realidade da maioria das crianças e, principalmente, a sobrecarga do Estado, o qual está incubido de todos os processos relativos a adoção, desde a identificação de um possível problema familiar até a sentença definitiva de guarda.   Diante dos expostos, é preciso vincular programas que estimulem a conscientização e mudança do perfil da criança, como é o caso do "Adote um boa noite", a mídias mais acessíveis como a televisão e redes sociais.     Já em relação às atribuições do Estado, uma alternativa são as agências particulares especializadas em adoção, que assim como nos Estados Unidos, responsabilizam-se por parte do trâmite cabendo ao governo a análise e sentença dos casos, uma vez que o problema não se encontra no número de etapas, as quais são necessárias e evitam problemas maiores como o tráfico de crianças, e sim em vinculá-las a uma única entidade.