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Enviada em: 24/05/2019

No território nacional, a prática do aborto não é legalizada, e como consequência, mulheres que não querem ter filhos seja por motivos pessoais, ou por questões econômicas, entregam as crianças para o sistema de adoção com a esperança de que essas tenham futuros melhores em outros lares. Contudo, o muitas dessas crianças sob tutela do Estado ficam nos abrigos até completar maioridade, uma vez que a  adoção no Brasil têm impasses, como o perfil desejado de futuros pais diante dos futuros filhos adotivos que não correspondem com a realidade, tornando o processo difícil sobretudo, para os menores abandonados.    No contexto contemporâneo brasileiro, há cerca de 40 mil brasileiros interessados em adotar, contudo, essas pessoas buscam um perfil muito restrito. Um dos impasses no processo adotivo é a idade das crianças. Aqueles que entram na fila da adoção buscam integrar a família com membros de até sete anos, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, todavia, isso corresponde somente a 680 de quase cinco mil crianças que esperam para serem adotadas, ou seja, 10%. Portanto, um dos impasses que da adoção no Brasil é a idade das crianças, pois acima de determinada idade não se encaixam no perfil dos brasileiros que estão na fila da adoção.    Outra determinante que dificulta o processo de adoção no país é outra exigência daqueles interessados em adotar: não querem crianças com irmãos. Segundo o Cadastro Nacional de Adoção, quase 66% dos brasileiros que querem adotar são seletivos e não querem acolher crianças que tenham irmãos, isso é, 26.556 brasileiros embora estejam na fila para adotar não estão dispostos a amparar irmãos. No entanto, mais de 65% das crianças sob tutela do Estado esperando serem adotadas não são filhos únicos. Desse modo, a exigência de não ter irmão é outro impasse que dificulta o processo adotivo de milhares de crianças no território nacional.    Logo, pode-se observar que os impasses na adoção de crianças brasileiras é o reflexo de um choque entre expectativa e realidade daqueles que entram na fila de adoção, mas precisa ser superado. O Ministério Público poderia adicionar em uma das etapas do processo de adoção, palestras com distribuição de cartilhas informativas que revelem o perfil da criança e do adolescente que esperam ser adotados hoje no Brasil, a fim de incentivar as pessoas a serem mais flexíveis em relação à idade ou outros irmãos, pois só através da flexibilização do perfil desejado para adoção que o número de adoções aumentará efetivamente.