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Enviada em: 30/05/2019

O Brasil tem mais de 8 mil crianças à espera da adoção, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esse dado, por sua vez, revela alguns impasses no processo de adoção no Brasil: desconhecimento de regras básicas, preconceitos a respeito da adoção, e ainda atrasos dos processos na Justiça. É irrefutável, nesse sentido que esses obstáculos sejam combatidos, visto os benefícios da adoção, tanto pela promoção de desenvolvimento individual, como pelo avanço social.   Em relação ao primeiro viés, cabe destacar que um dos fatores primordiais para o crescimento pessoal é a presença de uma figura paterna, que sirva como exemplo. No contexto contemporâneo brasileiro, há cerca de 40 mil brasileiros interessados em adotar, contudo, essas pessoas buscam um perfil muito restrito. Um dos impasses no processo adotivo é a idade das crianças. Aqueles que entram na fila da adoção buscam integrar a família com membros de até sete anos, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, todavia, isso corresponde somente a 680 de quase cinco mil crianças que esperam para serem adotadas, ou seja, 10%. Portanto, um dos impasses que da adoção no Brasil é a idade das crianças, pois acima de determinada idade não se encaixam no perfil dos brasileiros que estão na fila da adoção.  Já quanto ao segundo aspecto, é importante discutir os efeitos que os impasses no processo de adoção causam na sociedade. A fim de entender essa ideia, vale recorrer à teoria de "desalento" do sociólogo Thomas Hobbes. Consoante o teórico, o desalento é quando uma pessoa esta triste devido à convicção de falta de poder. É possível, então, perceber uma triste ligação entre a teoria descrita e o que ocorre quando os jovens deixam as casas de adoção: a dificuldade para conseguir emprego é a principal dificuldade desse grupo, e justamente por se sentirem sem poder, entram em desarmonia com o meio em que vivem. Portanto, é nítido que esse é um fator desagregador, que finda por acirrar os problemas já latentes na sociedade.   Em suma, é urgente pensar em uma forma de combater essa problemática. Para isso, o Governo Federal deve promover reformas e reestruturações no processo de adoção no Brasil. Essas reestruturações podem ser: tornar o processo judicial mais ágil e eficiente, para diminuir o tempo de espera por questões burocráticas; criar programas de reinserção social para os jovens que se encontram no estado de desalento; e ainda, criar iniciativas que ajudem a desmistificar a adoção, visto que em muitos lares esse processo ainda é um tabu. Isso sendo feito, consequentemente, com a finalidade de diminuir os desafios dos procedimentos de adoção, para, assim, facilitar a formação de uma sociedade mais harmônica e saudável.