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Enviada em: 08/06/2019

Na música "Família", da banda Titãs, é estipulado um conceito para a instituição familiar: papai e mamãe como coadjuvantes, e outros como titia e vovó como personagens secundários. Distante da realidade atual, esse conceito deixa de ser o unicamente existente, já que novas estruturas familiares vem sendo formadas, como por meio da adoção. Sob essa ótica, o processo adotivo no Brasil, enfrenta muitos impasses, e adotantes até mesmo sofrem preconceito, além disso o alto número de crianças e adolescentes que vivem em abrigos longe de qualquer interesse de adoção cresce no país, problemáticas essas que precisam de uma urgente mudança.        Em uma primeira análise, é importante destacar que a estrutura familiar descrita na Constituição Federal como um homem e uma mulher não é mais válida na atualidade. Nesse sentido, é imprescindível compreender que a família sofreu mudanças ao longo da história. Dessa forma, na atualidade, a família deveria ser intitulada como no desenho Lila e Stitch: família quer dizer nunca abandonar ou esquecer. No entanto, homens e mulheres solteiras sofrem diversos preconceitos da sociedade, assim como os casais homossexuais, como mostra a pesquisa feita pela revista "Crescer", 55% dos brasileiros são contra adoção de crianças por homossexuais. Entretanto, esses preconceitos não existem só por parte da sociedade contra os adotantes, existem também desses para com os menores que aguardam uma família.       Nessa mesma perspectiva, é válido ressaltar que o número de crianças disponíveis para a a adoção é muito maior do que o de adotantes. Todavia, os que desejam  adotar ficam meses e até anos na fila, sendo dessa forma uma conta que não fecha, visto que têm um número alto de crianças e adolescentes nos abrigos. Contudo, a seletividade proposta pelos que estão na fila para adotar um menor é alta, por exemplo: apenas 46% dos casais aceitam uma criança com 5 anos ou mais, de acordo com a Corregedoria Nacional de Justiça. Ademais, a escolha por ter irmãos ou não e cor da pele aumentam ainda mais os impasses nesse processo, sendo necessário intervenções para o problema.       Fica claro, portanto, que as adversidades para adotar uma criança ou um adolescente são geradas devido à preconceitos por parte da sociedade e de quem deseja adotar com a sua seletividade. Dessa forma, é necessário que o governo em parceria com o ECA incentive a adoção de crianças que não fazem parte do público escolhido pela maioria, por meio de eventos com palestras e depoimentos de adotados com os futuros adotantes que estão na fila, para que a mentalidade de seleção seja mudada. Ademais, por meio da conscientização na mídia por meio de novelas e programas a sociedade irá compreender que o conceito de família está mais flexível do que na música dos Titãs.