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Enviada em: 17/06/2019

Fenômeno relevante na sociedade brasileira atual, as políticas de adoção no país ganham cada vez mais visibilidade devido as problemáticas em torno dessa. Nesse contexto, a morosidade da justiça na complementação da adoção somada ao preconceito com a adoção tardia são situações que atuam como entraves desse processo. Dessa forma, políticas públicas a fim de amenizar o fenômeno tem caráter emergencial.  No Brasil, a morosidade da justiça é uma das problemáticas deste processo. Tal fato se deve a burocracia excessiva para complementar a adoção o que reflete, por sua vez, no comportamento das crianças. Isso ocorre de modo que, muitas vezes os processos demoram cerca de quatro anos, nesse tempo, as crianças crescem em abrigos, sem maiores relações familiares e condições de desenvolvimento, sobretudo emocional, limitadas, o que as torna introspectiva e relutante ao envolvimento emocional com os futuros adotantes e suas famílias. Uma vez que, a criança é uma folha em branco e que suas experiências moldam sua personalidade, como expressado pelo filosofo iluminista John Locke na teoria da tábula rasa, a falta de suporte familiar prejudica o desenvolvimento dessas.   Ademais, o preconceito envolto na adoção tardia atua também como problemática deste fenômeno. No cenário em questão, os adotantes optam, em sua maioria, por crianças menores de cinco anos e brancas, as quais são minoria nos abrigos. Esse quadro reflete a realidade da sociedade, uma vez que, os negros e mais velhos, acabam ficando nos abrigos até completarem dezoito anos, quando precisam viver por conta própria. Entretanto, ao sair do abrigo lidam com o desemprego e a falta de moradia, ficando muitos a mercê da sociedade. Situações como estas foram expostas no programa global “ Profissão repórter” o qual traz a história de Pedro, jovem negro que viveu em abrigo por dezoito anos e, depois disso, fez da rua sua casa e tira de lá o seu sustento. O que evidencia a necessidade de amenizar tal problemática.  Portanto, politicas públicas com o objetivo de por fim as entraves do processo de adoção são essenciais. Para isso, o governo deve atuar na melhoria dos processos de adoção. Isso deve ocorrer por meio da mídia, através de campanhas que devem relatar os benefícios da adoção como a formação de uma família e, a oportunidade de crescimento em uma base sólida para o jovem. Além disso, o governo deve realizar mutirões em parcerias com faculdades de direito, para a análise dos processos adotivos e, então, flexibilização desses. Ambas as medidas com o objetivo de incentivar adoção, sobretudo tardia, como ato de amor e de comprometimento social.