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Enviada em: 25/06/2019

Segundo a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, todas as crianças têm direito a uma vida digna dentro do seio familiar. Contudo, no Brasil, cerca de 47 mil crianças e adolescentes vivem em abrigos, evidenciando a importância da adoção. Entretanto, o tempo de espera prolongado para a realização das perfilhações e o preconceito por parte dos pais dificultam a consumação. Por isso, torna-se necessário o debate acerca dos impasses e políticas de adoção no país.                                                  A adoção no Brasil ainda é vista como um processo burocrático e lento. Entre as principais críticas — sendo motivos que podem desestimular pessoas interessadas em adotar — estão a demora do processo e a burocracia existente. Segundo o site Adotar Brasil, na região sudeste o tempo de espera é de 2 anos e 3 meses para crianças de até 1 ano. Dessa forma, possíveis candidatos interessados acabam por desistir do processo e procurar outros meios, extinguindo a possibilidade de lar para uma dessas crianças. Faz-se imprescindível, portanto, a dissolução dessa conjuntura.                                         Outrossim, é válido ressaltar que, segundo Rosa Geane Nascimento, juíza titular da 16ª Vara da Infância e da Juventude de Aracaju, o longo prazo está relacionada ao perfil escolhido pelos pretendentes. Durante o processo de habilitação, o pretendente à adoção delimita qual perfil deseja adotar ao determinar o sexo, raça, cor, idade, se aceita ou não grupos de irmãos e crianças com problemas de saúde. Porém, no Brasil, embora muitos pretendentes tenham se aberto para a possibilidade de ampliar a faixa etária de seus perfis, mais de 50% ainda só aceitam crianças com até três anos. Nestes casos, a espera será maior, porque além de já existirem muitas pessoas também no aguardo por esse perfil, entre as 4.902 crianças disponíveis para adoção, apenas 2,5% delas se encaixam nessa faixa etária. Assim, quanto mais se aumenta a abrangência do perfil, menor é o tempo de espera.      Em suma, são necessárias medidas que atenuem os impasses relacionados à adoção. Logo, a fim de minimizar o tempo de espera, cabe ao Judiciário, por meio de novas leis, encontrar formas de reduzir esse. Ademais, compete ao cidadão e a mídia, a quebra do padrão físico estabelecido para as crianças, por meio de campanhas que visem enfatizar o amor compartilhado acima da estética. Enfim, a partir dessas ações, os descendentes poderão desfrutar de uma vida digna dentro do seio familiar.