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Enviada em: 19/07/2019

Na obra ''Capitães de Areia'', de Jorge Amado, o personagem principal - Pedro Bala - procura incansavelmente uma família que o acolha. De igual modo, no Brasil há milhares de crianças que aguardam por um núcleo familiar em que possam se inserir. Contudo, a extrema seletividade por parte dos adotantes quanto ao perfil desejado da criança, bem como a morosidade  da justiça nos processos burocráticos têm sido um impasse no processo de adoção no país.   É importante pontuar, de início, que o número de pessoas interessadas em adotar  é muito superior ao de crianças cadastradas para adoção. A perpetuação desse quadro se deve, sobretudo, a alta seletividade dos adotantes sobre o perfil físico das crianças, já que a preferência por bebês de raça branca é a principal entre os interessados. Com isso, aqueles que não se enquadram nesse perfil continuam sob tutela do Estado, somando altos números no cadastro de adoção, sem, contudo, encontrar um núcleo familiar que os acolha.   Ademais, outro impasse ao processo de adoção no Brasil é a lentidão da justiça nos trâmites burocráticos. Isso porque, o processo de destituição do poder pátrio da criança em relação à família biológica é burocrático e moroso, fato este que, aliado a demora na verificação das exigências demandadas sobre os adotantes, culmina em um processo de adoção lento, levando meses e até anos para ser concretizado.   Frente ao exposto, fica evidente a necessidade de medidas que solucionem os impasses da adoção no país. Para isso, o Governo Federal deve investir na contratação de mais funcionários para atuar na área do processo de adoção, a fim de agilizar os trâmites burocráticos e acelerar o processo. Além disso, o CNA (Conselho Nacional de Adoção) deve promover campanhas direcionadas aos adotantes, com a finalidade de desconstruir as preferencias pelo perfil das crianças e demonstrar que vínculos afetivos devem independer de aparências físicas.