Materiais:
Enviada em: 19/08/2019

A adoção é o ato legal de assumir, de modo definitivo e irrevogável, uma criança ou adolescente nascido de outra pessoa. No entanto, as restrições impostas pelos pretendentes, em relação ao perfil do adotado, tornam esse procedimento um desafio trabalhoso para quem está em busca de uma nova família. Outrossim, a ineficiência do CNA - Cadastro Nacional de Adoção, no tocante ao aperfeiçoamento da ação de adotar e à criação de campanhas de conscientização, colabora para que essa situação estabeleça-se de maneira perpétua no Brasil.       As preferências de quem adota estão ligadas, em sua maioria, à idade do adotado. De acordo com o CNA, cerca de 90% dos mais de 40 mil adotantes tem predileção por crianças de até 6 anos, fato que explicita o motivo de  muitos jovens continuarem sem uma família, uma vez que 64% deles possuem 7 ou mais anos. Por meio de campanhas conscientizadoras, projetos como o canal "Adoção Tardia" e a ONG "DNA da Alma", contribuem para o crescimento do número de  pré-adolescentes e adolescentes adotados no Brasil, mesmo que ainda falte incentivo do Estado nesse quesito.       Em segunda análise, percebe-se que o processo adotivo brasileiro necessita de reformulações para satisfazer, da maneira correta, as necessidades do adotado e do pretendente. Desde 2016, o CNA participa do Cadastro de Adoção Internacional, porém, existem apenas 287 adotantes estrangeiros cadastrados. Para a psicóloga Paula Leal, a adoção internacional deve ser uma alternativa viável, pois, ainda de acordo com o CNA, 83% dos acolhedores estrangeiros estão dispostos a realizar adoção tardia. Por outro lado, a carência de políticas públicas para a adoção de crianças maiores de 7 anos e de aprimoramento do cadastro de adoção em nada contribui para o processo, devendo ser corrigida urgentemente.       Posta a questão, nota-se que o processo de adoção no Brasil torna-se complicado frente aos desafios a ele imposto, além de carecer de melhorias estruturais. Sendo assim, faz-se necessária uma ação conjunta entre o Estado e a sociedade, por meio do Cadastro Nacional de Adoção, ONG's e influenciadores digitais, na criação e divulgação de políticas públicas que incentivem e beneficiem adotantes que realizem adoção tardia, como a implantação do acompanhamento psicológico do lar no momento pós-acolhimento. Essas ações visam diminuir o número de jovens para adoção e facilitar o procedimento adotivo, tornando a sociedade mais justa para com as crianças e adolescentes que estão em busca de uma nova família.