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Enviada em: 23/08/2019

Segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), no Brasil, para cada criança ou adolescente disponível para adoção, há 8 pretendentes. Tal discrepância ocorre principalmente devido a uma incompatibilidade entre o perfil desejado pelos pretendentes com o dos menores que procuram uma família, além de entraves causados pela legislação vigente. Tais fatores dificultam o processo de adoção, fazendo com que jovens passem um longo período da vida morando em abrigos.  Apesar de historicamente a cor da pele das crianças e adolescentes ser um dos principais empecilhos na adoção, hoje é a idade deles que causa o problema: 6 em cada 10 menores tem mais de 8 anos e não são aceitos por 93% dos pretendentes, como mostram dados do CNA. Uma boa parte deles alcançam a maioridade sem encontrar uma família, que é essencial no processo de construção do indivíduo.   Outro entrave no processo de adoção é um artigo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que institui a não separação de irmãos. A legislação torna-se um empecilho pois 66% das crianças e adolescentes disponíveis no CNA têm vínculos fraternos, enquanto só 38% dos pretendentes desejam adotar irmãos. Uma forma de solucionar esse impasse seria uma mudança na legislação que permitisse a adoção de cada irmão individualmente, desde que o contato entre eles fosse mantido.  Portanto, para diminuir as dificuldades no processo de adoção, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos deve fazer campanhas, em redes sociais e na TV aberta, mostrando relatos de adoções de crianças mais velhas que deram certo, com o objetivo de quebrar o estigma da adoção tardia. Dessa forma, crianças que crescem em abrigos teriam mais chances de encontrar uma família e um futuro com mais dignidade e afeto.