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Enviada em: 20/08/2019

A Constituição Nacional de 1988 estabeleceu que a relação familiar não ocorresse mais apenas em parentesco consanguíneo. Posteriormente, toda e qualquer relação que estabeleça laços afetivos podem conceituar família, seja ela hetero ou homoafetiva, com filhos biológicos ou adotivos. Nesse prisma, ao que concerne à adoção no Brasil, é conveniente destacar que ainda há impasses no processo, embora haja mais pessoas querendo adotar do que crianças e adolescentes a serem adotados. Isso, sobretudo, é motivado pelo alto grau de exigências de quem deseja adotar, bem como pelo medo e preconceito deles.       Primeiramente, vale frisar que há atualmente no Brasil quase 5 mil crianças em abrigos à espera por uma família, e mais de 40 mil brasileiros querendo adotar. Todavia, mais de 32% dos candidatos só aceitam crianças brancas, o que corresponde a apenas 33% do total. Bem como, apenas 4% aceitam crianças maiores de 4 anos. Além disso, 65% deles não aceitam crianças com irmãos, o que corresponde também a 65%. Desse modo, essas exigências tornam o processo adotivo bem mais complicado.        Nesse mesmo viés, o preconceito racial é um dos maiores empecilhos na adoção, pois muitos candidatos possuem pensamentos condicionantes de que se adotarem criança negra, ela tenderá ao crime ou a inclinar-se às drogas quando crescer. Bem como, a maioria não quer adotar adolescentes por receio de não conseguir educá-los, e por medo de que eles sejam rebeldes, criando, desse modo, apenas conflitos para os pais. Por conseguinte, isso dificulta no processo de adoção, e os abrigos ficam cada dia mais cheios – principalmente de negros e adolescentes.       Urge, portanto, que o Estado intervenha em diversas esferas. É necessário que o Governo Federal crie e financie palestras, realizadas por psicólogos, aos candidatos à adoção, que desmistifique o estigma da adoção de negros, adolescentes e crianças com irmãos, revelando o lado positivo desse ato. Ademais, é preciso que a o Governo motive a criação de grupos nas redes sociais, de pais adotivos e futuros pais adotivos, com intuito de mostrar aos futuros papais que as crianças maiores ou negras são como as outras, de modo a incentivar a adoção desses grupos.