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Enviada em: 04/09/2019

A chamada “Roda dos Rejeitados”, foi um artifício utilizado pelas igrejas no Brasil até o ano de 1950, em que, os pais que não quisessem ou não tivessem condições suficientes de criar seus filhos, pudessem deixá-los em igrejas, sem ter a sua identidade revelada. Tal estrutura, mesmo após ser abolida, preserva sua essência de recusa através das filas para adoção, onde as crianças são desacolhidas por não se encaixarem no padrão procurado, ou até mesmo, pelo motivo do preconceito existente no setor judiciário quando os adotantes são homossexuais.      Em primeira análise, vale salientar que a discrepância na preferência de perfil das crianças, faz com que elas necessitem passar ainda mais tempo nos abrigos. No filme “Um sonho possível”, o protagonista é adotado por um casal mesmo não sendo mais uma criança. Fora da ficção, no país, mesmo que o número de interessados em adotar seja muitas vezes maior que a quantidade de indivíduos disponíveis, de acordo com o Conselho Nacional da Justiça, apenas 5 em cada 100 pretendentes aceitam crianças acima dos 7 anos de idade, cuja faixa etária, representa a grande maioria. Tal fato, evidencia que, diferentemente do filme citado, muitas crianças passam parte de suas vidas, até tornarem-se maiores de idade, em orfanatos.      Além disso, o preconceito por parte dos juristas com a adoção por casais homossexuais também é prejudicial as crianças. Nas etapa de entrevistas, por exemplo, a falta de aceitação, devido ao conservadorismo do país, faz com que os processos sejam mais lentos. Como citou Nelson Mandela, “ninguém nasce racista”, no entanto, são as crianças que sofrem as consequências quando um processo de adoção não é aceito somente pela intolerância.      Em suma, medidas para tornar melhor e eficiente o processo de adoção precisam ser tomadas. Iniciando pelos próprios abrigos, que devem fornecer um site aos interessados em adotar, com as características intelectuais das crianças acima dos 7 anos de idade, por meio do contrato de um técnico em informática, que será responsável pela inserção dos dados de cada indivíduo, buscando atrair o interesse dos futuros pais nas crianças com idade mais avançada também. Além do mais, é necessário que o Poder Legislativo amplie os direitos do público homossexual, por intermédio de mudanças no Código de Lei, que garantem a eles o mesmo tratamento que os demais adotantes recebem, para que assim, não tenham ainda mais demora no processo de adoção, além de prejuízos as crianças. Somente assim, a “Roda dos Rejeitados” deixatá de fazer parte dos osfanatos do Brasil.