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Enviada em: 21/08/2019

No filme "Meu Malvado Favorito" é retratada a história de uma família em um processo antecedente a adoção em que as três crianças, escolhidas sem restrições de aparência ou de idade, conseguem integrar de maneira familiar naquele novo ambiente, antes de qualquer decisão judicial. No entanto, a realidade deturpa a ficção, visto que inúmeras dificuldades são encontradas no que diz respeito ao processo de adoção na sociedade brasileira. Essa realidade flageladora é fruto da morosidade do sistema judiciário perante os processos, assim como advém da idealização do filho perfeito.         Em primeiro plano, vale ressaltar que há uma demora excessiva na questão burocrática, principalmente, devido a morosidade do sistema judiciário brasileiro. Nesse contexto, percebe-se que tal situação vagarosa se dá pela necessidade do Governo em tentar reintegrar o indivíduo no ambiente o qual ele vivia anteriormente, mesmo que seja conturbado e propenso a violência. Dessa forma, nota-se que, cada vez mais, aumenta o número de crianças que estão distantes do núcleo familiar, como, também, aumenta o número de pessoas nas negligentes listas de espera. Logo, é gerada uma disparidade, a qual é exemplificada com dados revelados pelo Cadastro Nacional da Adoção, no qual afirma que há 8,7 mil crianças e adolescentes aptos a serem a adotados, e há 43,6 mil pretendentes.        Ademais, diferente do que ocorreu no filme "Meu Malvado Favorito" no que condiz às restrições, hodiernamente, é indubitável que há uma busca pelo filho ideal que traz inúmeras consequências  nos processos de adoção. Destarte, a caracterização do filho por meio da ficha cadastral possibilita a objetificação do indivíduo por conceder o poder de escolha dos perfis. Assim, de certo modo, há indivíduos que são excluídos dos perfis e, principalmente, aqueles que possuem irmãos costumam ser privados dessa inserção social. Analogamente, essa realidade é reafirmada em dados do CNA, o qual afirma que mais de 50% dos aptos a serem adotados possuem irmãos, e a chance de um par (ou número maior) de irmãos achar um novo lar é muito pequena.        Torna-se evidente a necessidade de impor medidas para dizimar os impasses no processo de adoção. Desse modo, cabe às Secretarias de Assistência Social - haja vista a sua importância na ajuda para a inserção dos indivíduos -, em conjuntura com os abrigos locais, promover políticas públicas de integração, por meio de palestras com profissionais especializados, para fomentar a adoção de outros perfis além dos descritos pelo casal, a fim de colaborar nos outros processos de adoção e ultrapassar barreiras sobre a exclusão de outros perfis. Cabe também ao Sistema Judiciário, participar fervorosamente dessa realidade, para obter fins mais rápidos. Em suma, assim como ocorreu no filme Meu Malvado favorito, haverá uma plena interação familiar e aumentará as chances das adoções.