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Enviada em: 22/08/2019

Conforme a Primeira Lei de Newton, a Lei da Inércia, a qual afirma que uma corpo tende a permanecer em movimento até que uma força atue sobre ele mude o seu curso, observa-se que diante de mesma óptica, os entraves ocasionados pela persistência dos impasses nos processos adotivos são problemas que continuam a ocorrer em nossa sociedade. Diante disso, a preferência por crianças com perfis estereotipados por parte de muitas famílias configura-se como agente agravante da situação.       Em primeiro plano, é preciso atentar para a incompatibilidade do perfil de quem está disponível para adoção, com o de quem quer adotar, visto que, entre as inúmeras imposições feitas por boa parte dos pais, está o favoritismo por indivíduos brancos. De acordo com dados do Tribunal de Justiça de Minas, das mais de 5 mil famílias na fila de adoção, cerca de 700 aceitam apenas crianças de pele clara, sendo que a grande maiorias nos abrigos são pardas e negras. Diante disso, é possível observar como o racismo ainda vive na sociedade brasileira, fruto de estigmas gerados por três séculos e meio de escravidão, e que culminam nos tempos atuais em atitudes retrógradas que excluem as chances de milhares de crianças de possuírem um novo lar.       Além disso, a preferencia por recém nascidos, contribui para deixar a situação ainda mais caótica. Dentre as causas para tal comportamento, pode-se citar o fato de que crianças mais novas possuem menos chances de apresentar comportamentos destrutivos decorrentes de traumas pelo abandono. Segundo o terapeuta norte-americano Peter Levine, apesar do ser humano ser biologicamente programado a sobreviver a rejeição, lidas com esses sentimentos na infância pode gerar feridas mentais que o irão acompanhar até a fase adulta. Conforme os dados divulgados pelo Cadastro Nacional de Adoção existem 7 mil crianças disponíveis e 40 mil pretendentes, no entendo, a maioria possui mais de 5 anos. Logo, perce-se como as imposições feitas por várias famílias colabora com a permanecia dos impasses em processos adotivos, assim como o corpo que continua em movimento pela lei da inércia.       Portanto, fica evidente a necessidade de uma tomada de medidas que alterem este cenário, tais como: a divulgação de campanhas em todos os meios de comunicação, feitas pelo Estado por meio de seu órgão oficial de publicidade (SECOM), que mostre os benefícios do ato de adotar e todo o impacto positivo que isso causará na vida da criança ou adolescente, além de deixar claro todo o acompanhamo profissional que é feito para garantir a saúde mental deste, depois de adotado. Deste modo, será possível romper com  esteriótipos que dificultam os processos adotivos, e assim garantir que um maior número de crianças tenham a chance de ganhar uma novo lar e família.