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Enviada em: 19/10/2017

A sensação de impunidade em processos criminais acompanha a sociedade brasileira desde sua fundação. No entanto, foram nos últimos anos que isso se escancarou devido ao grande número de escândalos políticos que não são julgados como deveriam. Vale destacar, diante do debate, que esse cenário apenas reflete o verdadeiro comportamento do brasileiro, contudo a sensação de falta de punição é muitas vezes um senso comum.       De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que a formação de indivíduos que buscam levar vantagem em tudo se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que é uma atitude comum ao grupo, fato sintetizado pela Lei de Gerson. Assim, a impunidade observada em diversos casos é apenas reflexo da ação de indivíduos ao tentar tirar vantagem das situações, o que perpetua o problema.       Outra questão relevante, nessa discussão, é o perigo de achar que a impunidade é causa una na falta de respeito dos criminosos com a justiça. O Brasil está entre os países com a maior população carcerária do mundo, fato que mostra que se pune, contrariando o senso comum. Nesse sentido, cabe perceber que a impunidade se confunde à ineficiência do sistema carcerário em reabilitar os presos. Vê-se, com isso, que a impunibilidade é superestimada e defini-la como causa de todo um problema conjuntural é fechar os olhos a possíveis resoluções de outros problemas.       Infere-se, portanto, que medidas devam ser tomadas. Nesse sentido, a princípio, a família, como agente social, deve educar jovens à ideia de que tentar tirar vantagem em tudo, mesmo que com pequenas corrupções, tem repercussões perigosas, a fim de redefinir a moral social. Além disso, é imprescindível que o Estado busque lógicas de reabilitações mais efetivas, usando de exemplo países que tiveram sucesso, como Noruega e Holanda, para que presos não voltem a praticar crimes. Assim, poder-se-á ver o fim de tantos escândalos que assolam tanto a nação.