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Enviada em: 04/06/2018

A inclusão digital dispõe de diversos obstáculos no Brasil contemporâneo. Essa alegação pode ser ratificada mediante dados publicados pela Fundação Getúlio Vargas, que evidenciam a exclusão digital de quase metade dos brasileiros. Nesse sentido, medidas são necessárias para modificar esse cenário, haja vista que o acesso aos recursos digitais é muito importante para a integração do indivíduo na sociedade brasileira. No entanto, a desatenção governamental e a baixa educação dificultam a resolução dessa problemática, o que configura um grave problema social. A princípio, precisamos notar que o descaso estatal com a democratização do acesso à tecnologia se configura como um dos desafios a essa inclusão. Infelizmente, isso ocorre porque poucos recursos são destinados pelo Estado para o acesso das pessoas em vulnerabilidade socioeconômica aos recursos digitais, o que marginaliza essa população no meio virtual uma vez que na contemporaneidade a tecnologia é necessária para diversas funções, como por exemplo a busca por emprego e estudo. Posteriormente, há outra questão importante: a precária educação tecnológica. Segundo o escritor brasileiro Paulo Freire, sem a educação as mudanças sociais não se consolidam facilmente. Entretanto, no Brasil esse pensamento não é considerado, pois a esfera governamental não estimula o ensino sobre o uso correto dos aparatos tecnológicos, bem como não promove o contato dos estudantes com essas tecnologias nas escolas brasileiras e desse modo, colabora para a persistência dessa exclusão. Em face do exposto, é indubitável a necessidade de intervir nesse problema. Portanto, cabe ao Congresso Nacional agregar maior percentual de investimentos à educação pública, o que deverá ser realizado por intermédio de uma mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias, a qual será responsável por esse aumento com o fim de confiar ao Ministério da Educação a elaboração de políticas públicas de ensino digital em aulas e palestras comunitárias para impulsionar a inclusão e a proximidade das tecnologias ao cotidiano da sociedade civil, com o objetivo de que o conhecimento tecnológico se torne democrático. É imprescindível, ainda, que esse Ministério busque formar uma parceria com empresas privadas de internet e tecnologia mediante o cooperativismo público-privado, visto que essas são responsáveis por comercializar a internet, para estimular a presença da tecnologia nas escolas e tornar os alunos mais próximos dela. A partir dessas ações, espera-se promover uma melhora das condições educacionais e sociais com uma sociedade menos segregada digitalmente.